Ventura defende adesão do CHEGA a novo grupo europeu

O presidente do CHEGA afirmou hoje ver "com bons olhos" a integração do seu partido no novo grupo do Parlamento Europeu que está a ser formado por partidos nacionalistas liderados pelo primeiro-ministro húngaro.

© Folha Nacional

Em conferência de imprensa em Lisboa, André Ventura mostrou-se favorável a esta adesão para unir a direita europeia e anunciou que vai promover uma reunião da Direção Nacional do CHEGA na terça-feira, para que seja convocado um Conselho Nacional alargado do partido para discutir a integração no novo grupo – “Patriotas pela Europa” – formado por Viktor Órban e outros líderes da direita europeia.

André Ventura mostrou-se confiante de que nas próximas horas ou dentro de dias novos partidos de direita populista irão associar-se a este novo grupo do Parlamento Europeu (PE), tal como manifestou a sua convicção numa vitória da direita radical nas eleições legislativas francesas de hoje.

“Fomos convidados desde a primeira hora a integrar este grupo”, revelou Ventura, dizendo acreditar que será capaz de “agregar à direita”, num “caminho unitário” contra o socialismo e tendo na agenda o problema da imigração descrontolada na Europa, a corrupção e a asfixia da classe média pelos impostos.

Segundo o presidente do CHEGA, trata-se de uma “oportunidade histórica” de se criar o segundo maior grupo do PE, justificando que quis hoje que “Lisboa fosse dos primeiros a anunciar o apoio à construção desta alternativa” que, enfatizou, será “uma grande plataforma à direita”.

“Este grupo está claramente contra Ursula von der Leyen e António Costa”, garantiu Ventura, justificando o voto favorável de Órban na eleição de Costa para presidente do Conselho Europeu como uma decisão meramente do foro pessoal.

De acordo com Ventura, o novo grupo europeu assenta, entre outros pontos, na ideia de que não pode haver uma imigração descontrolada na Europa, mas sem “radicalismos desnecessários”, e que também é preciso um controlo da imigração islâmica, tendo ainda como preocupações o combate à corrupção e a defesa da classe média em termos fiscais.

Hoje, em Viena, os líderes de três grandes partidos populistas e nacionalistas da Hungria, Áustria e República Checa, liderados pelo primeiro-ministro húngaro ultraconservador, Viktor Orbán, anunciaram a criação de um novo grupo no PE.

“O objetivo é que este grupo seja, em breve, o mais forte grupo de direita no PE”, disse o líder húngaro, cujo país assume na segunda-feira a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.

A nova fação, que precisa ainda do apoio de pelo menos quatro outros partidos, chamar-se-á “Patriotas pela Europa” e os três grupos fundadores são o partido húngaro Fidesz, no poder, o partido liberal austríaco FPÖ, na oposição, e o partido checo da oposição “Aliança dos Cidadãos Descontentes” (ANO).

Além de uma política migratória restritiva, estes três partidos defendem o levantamento da futura proibição europeia de automóveis com motores de combustão, bem como a revisão do chamado “novo acordo verde” para a transformação ecológica da economia europeia.

A par de Orbán, o chamado “manifesto patriótico” foi assinado pelo líder do FPÖ, Herbert Kickl, e pelo líder da ANO e antigo primeiro-ministro checo, o magnata Andrej Babis.

Os três sublinharam que o objetivo é que o seu anúncio se torne um “foguetão” para motivar outras formações europeias a aderirem à sua causa.

Os três partidos hoje reunidos têm 24 eurodeputados, mais um do que o mínimo de 23 para criar um grupo no Parlamento Europeu, embora ainda precisem de reunir pelo menos quatro outros partidos para formalizar esta aliança parlamentar.

Kickl, que lidera as sondagens na Áustria com 27% dos votos antes das eleições gerais de 29 de setembro, sublinhou que, a partir de agora, “todas as forças políticas que desejem ser incluídas neste esforço positivo de reforma serão bem-vindas”.

Últimas de Política Nacional

O Tribunal Constitucional (TC) confirmou, em conferência, a decisão definitiva de perda de mandato do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, do PS, por uso indevido de um carro deste município do distrito do Porto.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates apresenta na terça-feira, em Bruxelas uma queixa-crime contra o Estado português no Tribunal dos Direitos do Homem relativa à Operação Marquês, em que é acusado e se arrasta há 14 anos.
O presidente do CHEGA exigiu hoje a revogação do acordo, no âmbito da CPLP, que permite residência após entrada com visto de turismo ou de estudante, e insistiu na perda da nacionalidade para quem cometa crimes.
O presidente do CHEGA anunciou hoje que vai propor um desagravamento do IRS maior do que o previsto pelo Governo para contribuintes dos escalões da classe média e uma dedução das despesas de habitação até 850 euros.
O CHEGA anunciou hoje que Miguel Corte-Real, de 39 anos, gestor, será o candidato do partido a presidente da Câmara Municipal do Porto nas próximas eleições autárquicas.
O CHEGA vai votar a favor da comissão de inquérito à gestão do INEM proposta pela IL, e quer também uma auditoria “independente completa” aos serviços de saúde que abranja os últimos 10 anos.
O Parlamento aprovou hoje o pedido de urgência do Governo para apreciação da proposta de lei do Governo sobre IRS, apenas com a abstenção do PCP.
Apesar de o Governo ter “dado razão ao CHEGA” na imigração, as medidas ficam aquém. Ventura não poupa nas críticas e acusa o Executivo de “andar a reboque” das ideias que o CHEGA defende há anos.
O encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e a redução do período de funcionamento destes espaços até às 22:00 foi hoje rejeitado pelo PSD, CDS, CHEGA, PS e IL.
Segundo o Projeto de Lei, os motivos invocados prendem-se com a Constituição que garante a igualdade e dignidade social, sem privilégios por religião, ideologia ou género, e não só.