Uma das maiores ameaças que, como sociedade e civilização, enfrentamos no momento presente é o marxismo cultural. Com um longo historial, que começou entre os anos trinta e o final dos anos sessenta do século passado, através das teorizações da Escola de Frankfurt, em especial os filósofos Max Horkheimer, Jurgen Habermas, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Erich Fromm, cujos trabalhos formam os pilares da chamada Teoria Crítica da Sociedade, o objectivo crucial daquela ofensiva é a alteração da cultura ocidental para causar, em última análise, a implosão da democracia liberal e capitalista, bem como a destruição do sistema de valores e princípios que, há seculos, informam e enformam a nossa civilização.
Uma vez que a luta de classes que é preconizada pelo marxismo tradicional perdeu, em larga escala, poder propulsivo no conflito social, os apóstolos do marxismo cultural têm procurado atingir os seus fins através do recurso a outras técnicas, nomeadamente o controlo da linguagem, a infiltração progressiva de apoiantes na comunicação social, o domínio sobre o sistema de ensino e a promoção nauseante das ditas causas fracturantes, incluindo a ideologia de género, o aborto, o casamento homossexual, a adopção de crianças por casais homossexuais, a eutanásia, o activismo transexual, o multiculturalismo, o globalismo, o ambientalismo e a pró-imigração, tornando-as constantes no debate público e garantindo que a sua discussão é realizada num plano inclinado de opacidade e distorção porque sempre blindado pelas amarras redutoras do politicamente correcto.
Por sua vez, este modo de actuação é reforçado por instrumentos internacionais poderosos, nomeadamente as agências das Nações Unidas e uma rede abrangente de organizações não-governamentais e filantropos mundializas, como George Soros, que têm procurado a instrumentalização de movimentos sociais (tais como o feminismo e o ambientalismo), a vitimização das minorias étnicas, raciais, religiosas e sexuais (desresponsabilizando-as do papel que possam ter na vida pública das sociedades, incluindo os actos ofensivos por elas frequentemente praticados contra a segurança interna dos estados e o património material e imaterial das nações) e a diabolização de todos os movimentos e partidos que contrariam os seus postulados (tudo fazendo para retratá-los de vectores de patologias ideológicas, como o fascismo, o racismo, a xenofobia, a islamofobia, a misoginia e a homofobia).
Contrariar este amálgama de convicções desonestas e práticas asfixiantes não é mais uma opção, mas sim uma questão de sobrevivência civilizacional. Em termos muito simples, somos nós ou eles, sendo claro que, se recuarmos nesta batalha ou nos deixarmos vencer, a civilização ocidental e a nossa própria identidade nacional, alicerçada no Deus de Israel, na filosofia da Grécia Antiga e na jurisprudência de Roma Clássica, passarão a ser rodapés menosprezados nos livros mais escondidos da História. Por isso, há linhas de actuação que se impõe, entre as quais quatro merecem especial ênfase.
Primeiro, a eliminação do financiamento público a todas as organizações de proselitismo ideológico, tais como certos sindicatos, fundações e grupos radicais, que apenas usam dinheiro público para manchar o espaço público. Segundo, eliminar a inundação ideológica do radicalismo de Esquerda no ensino, devolvendo à família o espaço central que deve ter na formação moral das crianças e jovens. Terceiro, promover uma revisão profunda da Constituição Portuguesa de forma a anular o enviesamento à Esquerda que é característico da III República. Quarto, abraçar, sem receios nem tibiezas, a vocação genética do CHEGA para pensar e fundar uma IV República, que represente uma reforma profunda dos paradigmas limitadores que têm anulado o país em termos de crescimento económico, educacional, cultural, financeiro e de justiça.
Hoje e para o futuro, combater o marxismo cultural com determinação e firmeza impõe-se como um imperativo categórico, dada a sua capacidade insidiosa para subverter valores fundamentais que sustentam as bases do nosso país e da sociedade ocidental. Tal luta, revestida de complexidade ideológica e praxística, exige uma resistência intelectual vigorosa para salvaguardar a integridade das estruturas culturais e éticas que garantem a coesão social. Falhar é algo que não nos é permitido!