Não somos mornos!

O CHEGA foi fundado sobre uma matriz reformista, que assume, sem receios nem tibiezas, os propósitos claros, determinados e inegociáveis de vencer o situacionismo que tem condicionado a política nacional nas últimas cinco décadas e colocar termo ao domínio pérfido de uma elite minoritária e privilegiada, que perpetua o seu poder sobre a vida social, política e económica do país à custa do empobrecimento e do agravamento das condições de vida da maioria dos cidadãos.

Este estado de coisas, que é alimentado por incessantes compadrios, amiguismos, nepotismos, redes influências e corrupção desenfreada, potenciou uma teia de interesses que asfixia a sociedade portuguesa e amarra o potencial do país ao ponto de imobilismo. Ao invés dos partidos que se acostumaram a este jogo e dele procuram beneficiar, o CHEGA defende uma nova página para política nacional, consubstanciada numa ruptura profunda com o passado, rumo à criação de uma IV República, na qual os vícios que nos têm derrotado serão definitivamente extirpados e onde prevalecerá a transparência, o mérito e o uso do poder político para a materialização do Bem Comum.

Ao contrário do que afirmam os habituais e decadentes críticos do nosso partido, a proposta de uma nova República não é a exigência de uma mudança apenas superficial, mas um desiderato reformista profundo, que tem por fim resgatar a essência da Democracia e da boa governação. Nesse sentido, o propósito que nos guia, que é essa luta intransigente pelo Interesse Nacional, não é muito diferente daquele que, há décadas, inspirou figuras como Francisco Sá Carneiro, que sonhava com um país onde a política servisse o povo e não interesses particulares. Hoje, como nesses tempos, a luta por um Portugal melhor e humanista é totalmente incompatível com jogos de bastidores, negociatas secretas e acordos obscuros, à semelhança daqueles que estão a converter o Orçamento de Estado para 2025 numa espécie de manta de retalhos, onde cada pedaço é costurado à medida de quem detém o poder, perpetuando um sistema viciado e adverso aos legítimos interesses dos portugueses.

Por esta razão, o CHEGA afastou-se, sem ambiguidade, das negociações incompetentes que visam manipular as contas do governo para o próximo ano em benefício de alguns e em detrimento de muitos. O partido, e bem, recusa participar numa farsa de soluções falsas na qual o destino de Portugal é tratado como propriedade privada de uns quantos, que utilizam a política para manter tudo como está, preservando privilégios e ignorando as reformas urgentes que o país necessita. Aliás, é precisamente pela sua intransigência contra esta forma podre de estar na política que o CHEGA continua a afastar-se, a separar-se e a diferenciar-se do PSD, CDS, PS e de todos os demais partidos que se apascentam à sombra do sistema político vigente. A sua postura declarada de lutar contra todos aqueles que veem o Estado como um instrumento para benefício pessoal é um sinal claro de que o partido não se conforma com as coisas como estão, mas coloca, à frente e acima de tudo, a defesa dos portugueses de Bem.

Para quem não quer perceber ou ande mais distraído, o afastamento do CHEGA das negociações do Orçamento de Estado não é um mero gesto de protesto, mas uma renovada declaração de guerra aos esquemas de poder que transformaram a política num mercado de favores e influências. O CHEGA acredita e continuará a acreditar que o futuro de Portugal deve ser construído com transparência e responsabilidade – e não com truques de bastidores, recusando a arrogância que continua a tratar os recursos do país e a sua população como um manjar a ser repartido entre poucos, enquanto os cidadãos que trabalham de sol a sol, os empresários honestos, os idosos e os jovens ficam com as migalhas que caem da mesa.

A Bíblia lembra-nos, no Livro do Apocalipse, que “porque és morno, e não és frio nem quente, estou a ponto de te vomitar da minha boca”. O CHEGA não é um partido morno. Não se alinha com os acomodados. Não aceita as meias-medidas. Não tolera o cinismo de quem prefere manter tudo como está. Pelo contrário, é – e bem – um partido fervente, que acredita numa política de verdade e em reformas que façam de Portugal um país mais justo e próspero. Essa é a luta pela IV República, que é também uma luta pela dignidade, pela transparência e pelo futuro de todos os portugueses. Connosco, o “mais do mesmo” não passará!

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