Ao longo das últimas décadas, PSD e PS têm destruído a política nacional, convertendo a governação num exercício pequeno, baixo, fútil e mesquinho para a conquista e manutenção do poder. Neste contexto, o Estado, que deveria garantir o Bem Comum, tornou-se refém de interesses obscuros, gerido por uma (suposta) elite sem visão estratégica, alheia às necessidades dos cidadãos. Sem reformas estruturais, o país tem sido afundado num sistema burocrático asfixiante, onde a iniciativa privada é travada, os serviços públicos degradam e os jovens qualificados veem-se obrigados a emigrar por falta de oportunidades.
Nesta mesma linha, em vez de testemunharmos o surgimento de uma classe política honesta e competente, temos assistido à ascensão de carreiristas e oportunistas, mestres do compadrio e da corrupção, cuja única preocupação é perpetuar privilégios para si e para uma oligarquia parasitária. Assim, e sem surpresa, o fosso entre governantes e governados tem aprofundado, minando a confiança popular nas instituições e transfigurando Portugal numa espécie de tragédia a céu aberto, alimentada por uma classe dirigente desconectada da realidade, sem sentido de dever nem compromisso patriótico.
Esta espiral desgastante de decadência culimou, mais recentemente, na figura de Luís Montenegro, um primeiro-ministro que, em vez de servir a Nação com integridade, acumulou benefícios concedidos por interesses privados, incluindo empresas que operam em setores regulados pelo Estado, e, perante as suspeitas sobre a sua conduta, não teve a coragem de esclarecer cabalmente os portugueses, preferindo esconder-se atrás da sua família e de uma funesta moção de confiança, numa demonstração de cobardia humana e política. Um verdadeiro estadista e um primeiro-ministro merecedor desse nome dissiparia as dúvidas com firmeza e transparência, mas, em vez disso, Montenegro recorreu ao silêncio cúmplice, arrastando Portugal para uma crise evitável, agravando a descredibilização da política e demonstrando um absoluto desrespeito pelo dever patriótico e o esguardo parlamentar.
Mas, por muito ardilosas que tenham tentado ser, as manobras de Montenegro e da máquina partidária que lidera não dissiparam as suspeitas sobre a sua conduta. Os rendimentos não declarados, os negócios escusos, o luxo incompatível com os seus rendimentos oficiais, a prepotência com que governa e o receio patológico do escrutínio são traços de um primeiro-ministro atolado em interesses duvidosos e de um governo que, longe de ser um bastião de transparência e rigor, caiu mergulhado numa crise de legitimidade. Perante uma sucessão de escândalos, Montenegro e o PSD refugiaram-se na chantagem, evitando sempre confrontar a verdade com a frontalidade exigida a um líder, sendo a sua inevitável queda um sinónimo do declínio e da descrença dos cidadãos no sistema democrático.
Estes padrões de comportamento, enraizados no PSD e PS, merecem o mais firme repúdio, pois Portugal não pode continuar refém de partidos que se julgam donos do poder, perpetuando a corrupção e a degradação institucional. A rutura é inevitável e o país precisa de um verdadeiro resgate. Portugal pertence aos portugueses de Bem e é tempo de o devolver a quem realmente o merece. Não basta alternar entre os mesmos protagonistas do fracasso. É preciso um novo rumo, onde a seriedade, o compromisso e a dedicação ao interesse nacional substituam a lógica de saque e o desgoverno instalada há décadas. Já CHEGA!