Ventura acusa Montenegro de querer trair resultado das eleições

O líder do CHEGA acusou o primeiro-ministro de querer trair a votação dos portugueses nas últimas eleições legislativas e avisou que o seu partido "não vai fazer acordos, como outros fizeram", se estiverem em causa "políticas erradas".

© Folha Nacional

“A expressão do primeiro-ministro  mesmo, de dizer, quando confrontado pelos jornalistas, que governará um bocadinho para os dois lados, um bocadinho para o lado do PS, um bocadinho para o lado da CHEGA, é mais uma traição àquela que foi a votação dos portugueses no dia 18”, afirmou André Ventura.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o presidente do CHEGA considerou que “os portugueses não votaram um bocadinho no PS, por isso deram dos piores resultados da sua história” àquele partido e “disseram que não querem o Partido Socialista”.

“Se Luís Montenegro não compreende isto, terá que compreender da pior forma nos próximos meses. O CHEGA não veio para fazer arranjos como os outros fizeram em 50 anos, o CHEGA não vai fazer acordos como os outros fizeram de arranjinhos de lugares ou de políticas erradas nos últimos 50 anos”, salientou.

André Ventura afirmou que o CHEGA não vai “olhar para o lado ou ignorar a corrupção, a imigração, o enriquecimento ilícito, a subsidiodependência, o aumento dos lugares no Estado, só para garantir estabilidade”.

“O primeiro-ministro decidirá se quer fazer um bocadinho para o CHEGA ou um bocadinho para o PS. Mas é errado, porque a população portuguesa quis uma mudança, propôs essa mudança e votou essa mudança no dia 18. Ignorá-los é ignorar o que mais de profundo a democracia tem, o voto, a escolha, a escolha legítima da população”, defendeu.

O primeiro-ministro reivindicou uma posição central no panorama político português e previu um Governo “a planar”, umas vezes mais para a esquerda, outras mais para direta, “mas sempre para a frente”.

No início do primeiro Conselho de Ministros do XXV Governo Constitucional, que ficou completo com a posse dos secretários de Estado, o executivo tirou uma foto de família na residência oficial de São Bento, em ambiente descontraído.

Questionado pelos jornalistas se as negociações vão ser mais à esquerda ou mais à direita – ou seja, mais com o PS ou mais com o CHEGA -, Luís Montenegro respondeu: “Nós como somos centrais tanto vamos um bocadinho para um lado como um bocadinho para o outro”.

Já à pergunta se será assim que prevê governar, o primeiro-ministro deu uma resposta um pouco mais completa.

“Exatamente, sempre com esta forma muito polivalente de andar a subir, a descer, a planar, para a esquerda, para a direita e para o centro, mas sempre para a frente”, afirmou.

Últimas de Política Nacional

A Sedes (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social)pediu hoje ao Governo que coloque no centro da ação governativa seis reformas, entre as quais da Segurança Social, fiscal ou da administração pública.
Uma sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias e a TSF revela que 74 % dos portugueses são a favor da redução do número de deputados na Assembleia da República.
Enquanto Marcelo Rebelo de Sousa dizia que ser português ou imigrante é a mesma coisa e que não há portugueses puros, o líder do CHEGA rejeitou a tentativa de “culpabilização histórica”.
Governo admite que nos próximos meses podem entrar mais de 500 mil imigrantes devido ao reagrupamento familiar, contrariando as suas promessas de controlar a imigração. Ventura considera “inaceitável”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje a União Europeia como parceiro essencial para a paz no espaço alargado que a circunda e apelou à Rússia para que volte ao concerto das nações.
O líder do CHEGA, André Ventura, condenou hoje o ataque ao ator Adérito Lopes, mas criticou o Presidente da República e o primeiro-ministro por criticarem uns tipos de violência e ficarem em silêncio perante outros.
O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) determinou hoje a ida a julgamento do antigo primeiro-ministro José Sócrates e do empresário Carlos Santos Silva por três crimes de branqueamento de capitais.
A Relação de Coimbra confirmou hoje a condenação a penas de prisão suspensas ao ex-eurodeputado do PSD Álvaro Amaro e ao atual presidente da Câmara de Gouveia, Luís Tadeu, entre outros arguidos envolvidos num caso de parcerias público-privadas.
O CHEGA vai entregar um projeto de lei que prevê a retirada da nacionalidade portuguesa a quem a tenha obtido por naturalização e cometa crimes graves ou incentive “o ódio ou humilhação da nação”, anunciou hoje o partido.
José Rui Cruz, antigo presidente da distrital do PS em Viseu e ex-deputado, está sob acusação do Ministério Público (MP) por crimes de fraude e branqueamento de capitais, num caso que envolve cerca de 140 000 € de fundos públicos destinados à criação de emprego na região.