Portugal: onde os que trabalham pagam pelos que roubam

Há algo de profundamente errado neste país. Trabalhar, pagar impostos, respeitar a lei — tudo isso, hoje, parece mais um castigo do que um dever cívico. Porque enquanto os portugueses honestos se levantam às seis da manhã para ganhar a vida, há uma elite que vive à custa do esforço dos outros. E não estamos a falar apenas de quem vive de subsídios — falamos de quem rouba milhões com gravatas e diplomas, e depois passeia impune pelos corredores da justiça.

A economia portuguesa é um teatro de ilusão. Dizem-nos que há crescimento, que o défice está controlado, que o desemprego baixou. Mas nas ruas, nos mercados, nos hospitais e nas escolas, a realidade é outra. Os salários continuam miseráveis. Os jovens fogem para o estrangeiro. Os impostos sufocam as famílias. E quem lucra com isto? Não é o cidadão comum. São os mesmos de sempre: os grandes grupos económicos protegidos por partidos que se revezam no poder há décadas.

Mas mais revoltante ainda do que a injustiça económica, é a injustiça perante a lei. Vemos banqueiros a saírem sorridentes dos tribunais. Políticos apanhados em esquemas de corrupção que, anos depois, continuam livres, ricos e arrogantes. E quando há condenações, são penas simbólicas, suspensas, ou reduzidas até ao ridículo. Já um pequeno empresário que atrasa uma contribuição à Segurança Social vê a conta penhorada em semanas.

Que mensagem se está a passar ao povo? Que cumprir a lei é para os fracos? Que o sistema protege quem rouba em grande escala e esmaga quem falha por necessidade?

Isto não é só uma questão política — é uma questão moral. Um país onde o crime compensa está condenado. Um país onde quem trabalha é punido e quem engana é premiado, não tem futuro.

É por isso que cada vez mais portugueses se revoltam. Porque o que está em causa não é esquerda ou direita — é decência. E a decência está a desaparecer.

O povo começa a perceber que, se não houver uma mudança profunda — nas leis, nos tribunais, na forma como se governa —, o país será entregue ao cinismo, à fuga fiscal, à corrupção institucionalizada.

E então, talvez não sobre muito para defender. Nem economia. Nem justiça. Nem nação.

Como oposição vamos ser construtivos, sem esquecer o escrutínio rigoroso da ação governativa: como governo, vamos ser implacáveis na defesa da soberania, da economia, da justiça e da aplicação da ordem e autoridade.

Artigos do mesmo autor

Passadas que estão 48 horas de uma mudança há muito esperada, é tempo de discernir sobre algumas coisas meio estranhas, meio woke e nefastas que turvam a visão democrática. A vitória de Donald Trump é uma chapada de luva bem branca , aos comentadores de esquerda e da falsa direita que durante semanas preconizaram a […]

29 de setembro: uma data que vai ficar marcada na minha memória e acima de tudo, na minha alma lusitana! Ao contrário de alguma comunicação social, que procurou esvaziar o conceito da manifestação contra a imigração ilegal e descontrolada, referindo-se a meia dúzia de participantes, a verdade é que até á data foi a maior […]

Caríssimo Cidadão : Ao se deparar com o título deste artigo, poderia pensar que o mesmo traria em si, uma critica ao conhecido filme de animação: nada mais falso. Embora aquilo que se tenha passado em Vale de Judeus, tenha semelhanças com o filme mencionado, o caso não tem piada nenhuma. Falamos de uma grave […]

Finalmente! Chegou o dia, a altura e a hora da União Europeia ter um grupo político de verdadeiros Patriotas pela Europa. A constituição desta nova força de salvaguarda dos interesses europeus, assenta que nem uma luva aos propósitos do CHEGA que tem paulatinamente conquistado os corações dos portugueses transmitindo os seus ideais democráticos e de […]

O caso das gémeas é uma das várias promiscuidades existentes entre o Estado e entidades privadas, neste caso, particulares que passaram à frente de vários processos para ter acesso ao medicamento mais caro do mundo. Desde há 50 anos que Portugal tem sido um péssimo exemplo no que à gestão publica diz respeito, em que […]