População portuguesa continua a consumir o dobro das calorias recomendadas

A população portuguesa tem disponível para consumo uma média diária de 4.079 calorias (Kcal), o dobro do recomendado, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) na divulgação de dados da Balança Alimentar Portuguesa (BAP).

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Os dados do INE indicam que as calorias disponíveis para consumo representam duas vezes o recomendado para um adulto com um peso médio saudável, mantendo-se o valor praticamente idêntico ao observado no período 2015-2019, que foi de 4.077 Kcal.

“Importa, contudo, salientar as 3.894 kcal de disponibilidade registadas em 2020 (o primeiro ano da pandemia de covid-19), que constituíram o resultado mais baixo dos últimos dez anos”, destacou o INE.

Na análise aos dados da BAP, o INE sublinhou que as disponibilidades alimentares para consumo no período 2020-2024 continuam a evidenciar uma oferta alimentar “excessiva e desequilibrada”.

No ano passado, os grupos de produtos alimentares com maiores desvios, face ao consumo recomendado no âmbito da Roda dos Alimentos, foram, por excesso, a carne, pescado e ovos (+12,4 pontos percentuais (que compara com +12,0 p.p. em 2020, e por defeito os hortícolas” (-8,1 p.p., contra -8,2 p.p. em 2020) e os “frutos” (-3,7 p.p., face a -4,3 p.p. em 2020).

Em termos de disponibilidades alimentares médias, em 2020–2024, face a 2015-2019, verificou-se um aumento da carne em 2,9% (234,4 gramas por habitante/dia).

A carne de animais de capoeira continuou a representar a maior fatia das disponibilidades, correspondendo a 39,9% do total, seguindo-se a carne de porco (27,4%), com uma diminuição média de 2,5 pontos percentuais.

A carne de vaca ocupou a terceira posição, tendo aumentado 1,5 pontos percentuais.

A oferta de pescado para consumo diminuiu 2,1%, não tendo ultrapassado 60,4 gramas por habitante, por dia.

“O consumo aparente de crustáceos e moluscos cresceu 20,6%, mantendo-se como o segundo produto deste grupo (28,6% do total), a seguir ao peixe fresco, refrigerado, congelado ou em conserva (55,1%), e relegando para a terceira posição o bacalhau e outros peixes salgados secos (16,3%)!”, de acordo com a análise do INE.

Já o consumo de ovos aumentou 11,9%, com uma taxa média de crescimento anual no quinquénio em análise de cerca de 3%.

Em média, cada residente no território nacional teve disponível para consumo, no período em análise, cerca de meio ovo por dia (183 ovos/ano).

As disponibilidades diárias per capita de leite e produtos lácteos reduziram-se em 3,6%, situando-se nas 312,7 gramas/habitante/dia, com a disponibilidade de leite para consumo público, principal produto deste grupo (56,7% do total), a diminuir 10,6%.

As disponibilidades alimentares de cereais diminuíram ligeiramente (-1,2%), situando-se no quinquénio em análise nas 342,4 gramas/habitante/dia. “Portugal só cobriu 23,0% das necessidades de consumo de cereais em 2020-2024”, face a 24,7% em 2015-2019.

Por outro lado, as quantidades diárias disponíveis de frutos por habitante aumentaram 13,9%, registando um crescimento médio anual de 1,8%.

No que diz respeito a bebidas alcoólicas, as quantidades diárias disponíveis per capita foram de 332,2 mililitros por dia (121 litros/habitante/ano), “refletindo um aumento de 10,0% face a 2015-2019″.

Cada residente em território nacional teve disponível para consumo 52,1 litros de vinho por ano e 60,6 de cerveja.

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