Concentração em Lisboa assinala 1.000 dias de “guerra terrorista”

Três centenas de pessoas concentraram-se esta tarde na Praça do Comércio, em Lisboa, para assinalarem os 1.000 dias de "guerra terrorista" na Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

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“Mil dias aguentámos e vamos vencer esta guerra”, acredita Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, que assim deu início ao cerimonial, que incluiu um minuto de silêncio em memória das vítimas do conflito contra o regime russo de Vladimir Putin, apelidada pelos presentes como “a maior organização terrorista do século XXI”.

Acreditando que “a guerra pode terminar quando mudar o regime político na própria Rússia”, o dirigente ucraniano sublinhou, em declarações à Lusa, que o conflito “não é entre russos e ucranianos”, mas sim entre “regimes terroristas, totalitários e democracias ocidentais”.

Pavlo Sadokha recusa a ideia de que há hoje menos apoio ao regime de Kiev. “Fala-se sempre na Ucrânia, a ajuda continua a chegar”, realça, admitindo, porém, que “não há uma vontade política conjunta dos países que têm suficiente armamento para (…) tirar do poder o Putin”.

Ora, dado que o Presidente russo “não quer terminar a guerra”, a única hipótese é mesmo essa “vontade política” em combater o regime de Moscovo.

Para isso, Pavlo Sadokha apela aos europeus que ultrapassem “o mito” da superpotência militar, já que, “sem armas suficientes”, os ucranianos “aguentam há 1.000 dias o grande exército russo”.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Maryna Mykhailenko, concorda que a Europa mantém o apoio ao regime de Kiev.

Recordando que “a guerra está no coração da Europa”, a diplomata não duvida de que a Europa “percebe claramente” que “os planos de Putin vão muito mais longe do que a Ucrânia, isto não é sobre a Ucrânia, é sobre a ordem internacional, a segurança europeia, a cooperação transatlântica”.

Desenhando um círculo virado para o Tejo e agitando bandeiras da Ucrânia, manifestantes de todas as idades seguravam cartazes pedindo a libertação dos “prisioneiros políticos” e das “crianças sequestradas” na Rússia e recorrendo a receios concretos: “Imaginem quatro horas de eletricidade apenas, com o inverno a chegar.”

Nos maiores cartazes lia-se “Obrigado Portugal” e “Uma Europa unida de Kyiv (Kiev) a Lisboa”.

O agradecimento a Portugal fez parte, aliás, de muitas das intervenções ao microfone.

Apresentado como “o maior amigo dos ucranianos no parlamento português”, o ex-deputado Diogo Leão (PS) destacou que a guerra desencadeada pelo regime de Moscovo é “contra todos os homens e as mulheres do mundo”, expressando admiração pela resistência da Ucrânia: “Vocês são uns heróis.”

Maryna Mykhailenko recorda que, no início do conflito, alguns especialistas deram “apenas alguns dias” à Ucrânia. “Mas continuámos a lutar, até agora. Não temos alternativa. A Ucrânia quer a paz mais do que tudo, mas queremos uma paz justa e duradoura”, sublinha.

A música esteve presente na concentração, quer pela voz de um coro ucraniano, quer de um músico português que abalou para Lviv, com a mulher, no início do conflito, e por lá ficou até conseguir dar os concertos programados para animar o povo ucraniano, que sonha acordar um dia “sem bombas a cair” e “sem notícias de mortos”.

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