Na era das redes sociais, onde tudo pode ser gravado e compartilhado em questão de segundos, um episódio perturbador escancara uma triste realidade: a banalização da violência. Recentemente, um caso envolvendo um menino espancado por outro, enquanto os amigos assistiam e filmavam, chocou a sociedade. Mais do que um ato isolado, este episódio reflete a perda da empatia e o crescente prazer em transformar a dor alheia em espetáculo. É necessário, antes de tudo, questionar o que leva jovens a praticarem ou compactuarem com uma agressão tão covarde. A falta de limites, a ausência de educação emocional e a cultura da impunidade são fatores que contribuem para o agravamento desse tipo de comportamento. A situação se torna ainda mais alarmante quando percebemos que, além de um agressor, existem espectadores que, ao invés de intervir ou buscar ajuda, preferem registar o momento com um telemóvel. Essa atitude de quem filma, muitas vezes sem qualquer remorso, não é apenas cúmplice, mas também representa um tipo de violência psicológica. É como se a vítima, além de sofrer fisicamente, fosse reduzida a uma mera peça de entretenimento. A humilhação é perpetuada na internet, ampliando o sofrimento e deixando marcas emocionais que podem durar para sempre. Mas por que chegamos a esse ponto? A resposta passa por vários aspectos: a falta de empatia nas relações humanas, a educação que não prepara os jovens para lidarem com conflitos de maneira saudável e a normalização da violência em diferentes meios, como a televisão, os jogos e, ironicamente, as próprias redes sociais. Por outro lado, o papel dos pais, educadores e da sociedade como um todo não pode ser ignorado. Precisamos urgentemente ensinar às crianças e aos jovens o valor do respeito, da compaixão e da responsabilidade. Não basta dizer que a violência é errada; é preciso mostrar, na prática, que cada escolha tem consequências e a indiferença diante de um ato de agressão também é uma forma de violência. O caso do menino espancado é um alerta de que falhamos enquanto sociedade. Precisamos debater seriamente como evitar que episódios assim se repitam. Mais do que punir os responsáveis, o que é necessário, é essencial criar ambientes em que a empatia seja cultivada desde cedo. Não podemos aceitar que a dor alheia seja motivo de diversão ou conteúdo para redes sociais. A solução passa por um esforço coletivo. Que tal olharmos para esses casos não apenas com indignação momentânea, mas com o compromisso de construir um futuro em que nenhuma criança ou adolescente precise viver com o medo de ser a próxima vítima? Que este episódio nos sirva como um ponto de viragem, uma oportunidade de reavaliar os valores que estamos transmitindo às próximas gerações. Afinal, o silêncio e a passividade diante da violência dizem tanto quanto o próprio ato agressivo. A Falha do Governo na Prevenção da Violência Escolar A violência nas escolas é um reflexo preocupante das falhas estruturais da sociedade, e o governo tem uma parcela significativa de responsabilidade nesse cenário. A falta de auxiliares nas escolas e a ausência de ações consistentes de sensibilização contra a violência são sintomas de uma negligência que compromete a segurança e o bem-estar de alunos e professores, além de enfraquecer a confiança na educação como base para o desenvolvimento social. A presença de auxiliares de educação é essencial no ambiente escolar. Esses profissionais não apenas garantem a organização e o bom funcionamento das instituições, mas também desempenham um papel fundamental na mediação de conflitos, na supervisão de espaços comuns e no apoio a alunos em situações de vulnerabilidade. No entanto, muitas escolas enfrentam uma realidade alarmante:, turmas superlotadas, falta de recursos e um número insuficiente de auxiliares para atender às demandas. Essa carência cria brechas que facilitam a ocorrência de episódios de violência, como agressões físicas, bullying e outros comportamentos prejudiciais. É inaceitável que, em pleno século XXI, a segurança nas escolas seja tratada com negligência. O governo deveria garantir que cada escola possua um número adequado de auxiliares capacitados, capazes de identificar sinais de conflitos e agir rapidamente para evitá-los. A falta desses profissionais não é apenas um descuido administrativo; é uma omissão que coloca em risco a integridade física e emocional de crianças e adolescentes. As escolas tem de ser um local seguro!