A Quarta Revolução Industrial, marcada pelo avanço do automatismo e da inteligência artificial, impõe desafios estruturais às nações tecnologicamente desenvolvidas. O impacto desta nova era industrial levanta questões fundamentais para o conservadorismo, nomeadamente no que toca à defesa da soberania económica, do controlo fronteiriço e da criação de políticas que garantam a autossuficiência das nações. Para garantir um futuro próspero, a Europa deve abandonar modelos económicos ultrapassados e adotar uma abordagem estratégica que privilegie o investimento em tecnologia e inovação.
A automação já substitui grande parte das funções tradicionalmente ocupadas por trabalhadores menos qualificados. Assim, faz sentido continuar a insistir em políticas migratórias que trazem mão de obra não especializada para a Europa? A resposta é clara: a imigração deve ser seletiva e orientada para a captação de profissionais altamente qualificados, como engenheiros informáticos e especialistas em robótica. Só assim será possível criar um ecossistema produtivo que reforce a competitividade das empresas europeias e assegure a prosperidade económica.
A relação entre os mercados emergentes e a Europa também deve ser repensada à luz desta nova revolução industrial. Com a crescente automação e substituição da mão de obra humana, a incorporação de imigrantes não qualificados e de culturas que possam ser antagónicas à identidade europeia deixa de ser uma necessidade. A Europa deve rejeitar políticas de imigração baseadas na mão de obra barata, concentrando-se na negociação, implementação e transferência de tecnologia para os países emergentes. Desta forma, esses países podem modernizar as suas infraestruturas sem comprometer a estabilidade económica e cultural dos Estados europeus.
A cooperação entre o setor privado e o governo deve ser uma prioridade estratégica. Em vez de perpetuar a cultura da subsídio-dependência, as políticas públicas devem incentivar a reindustrialização através de benefícios fiscais e investimentos em investigação e desenvolvimento. Este modelo de desenvolvimento reduzirá a dependência da Europa em relação a economias estrangeiras e promoverá uma sociedade mais produtiva e sustentável. A valorização do mérito e da inovação deve substituir os modelos assistencialistas que condenam a sociedade à improdutividade.
A União Europeia precisa urgentemente de reavaliar a sua relação com os seus países constituintes, garantindo que as políticas comerciais e industriais respeitem a soberania económica de cada nação. Uma Europa forte deve ser capaz de produzir os seus próprios bens essenciais, reduzir a dependência de importações estratégicas e garantir a segurança das suas cadeias de abastecimento. Sem essa autonomia, como poderá enfrentar os desafios da
globalização e afirmar-se como um polo industrial competitivo?
O conservadorismo tem um papel fundamental na Quarta Revolução Industrial. A seleção criteriosa de mão de obra, a valorização da indústria tecnológica e a promoção da autossuficiência são elementos essenciais para garantir a prosperidade e a estabilidade da Europa num mundo cada vez mais digitalizado. A resposta para um futuro sustentável e soberano reside na combinação entre tradição e inovação. Resta saber se os líderes europeus
terão a coragem de agir antes que seja tarde demais.