SÓ UMA OPORTUNIDADE

Estas eleições – as quartas em seis anos – não eram desejadas pela maioria dos portugueses.

Também não eram desejadas pela maioria dos partidos que se vêm forçados a reorganizar-se rapidamente, num ciclo particularmente exigente do ponto de vista eleitoral, tendo em conta as eleições autárquicas e presidenciais.

Talvez só Luís Montenegro sonhasse com uma maioria absoluta tal como Cavaco Silva teve após a queda antecipada do seu Governo. É o único motivo que encontro para uma moção de confiança apresentada mesmo com o seu chumbo anunciado.

Os próximos tempos avizinham-se conturbados, numa luta de narrativas que poderá ser pouco elevada. Parece-me, por isso, importante destacar que estas eleições podem representar uma oportunidade para o país. Uma oportunidade para constatarmos que o regime está em falência.

Entre a dissolução de uma geringonça que usurpou o poder de um governo democraticamente eleito; passando pelas suspeitas que recaíram sobre António Costa e o seu governo que acumulava 13 demissões por questões de ética e conduta; culminando com o atual Primeiro Ministro que não garantiu que exercia a sua função em exclusividade e teima em não clarificar os portugueses nestas matérias, é evidente a decadência da classe política atual.

Por outro lado, é uma oportunidade para acertarmos o ritmo com o pêndulo do relógio mundial. Em Março de 2024 os portugueses devolveram ao parlamento uma maioria expressiva de direita. O Partido Social Democrata (que foi sempre apenas e só a direita da esquerda) não quis formar uma maioria sólida e governar à direita. Se o fizesse teria apostado no alívio fiscal das famílias e empresas, no fecho de fronteiras e controlo da imigração ou no combate aos projetos ideológicos de esquerda nas universidades e escolas.

Poderiam ter negociado tudo isso com a direita e não com o Partido Socialista. Um país que rejeitou o socialismo não merecia um governo de “direita” refém das cedências do PS. Ir às urnas novamente é permitir que os portugueses consolidem esta maioria de tal forma que a classe política não possa continuar a rejeitar o CHEGA da solução.

Dia 18 de Maio pode ser a grande oportunidade para o país romper com a degradação política, social e cultural das últimas décadas.

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