Comemoramos, neste 10 de Junho, não apenas a existência de uma entidade chamada Portugal, mas a perpetuação de um espírito — de uma raça, de um carácter e de um destino histórico que nos ultrapassa a todos enquanto indivíduos. Este dia, falsamente apelidado por alguns de mero “Dia de Portugal”, é, na sua substância mais profunda e verdadeira, o Dia da Raça — da raça portuguesa, da alma lusitana, da nobreza que nos foi legada pelo sacrifício de tantos que a construíram com o corpo, a alma e o sangue.
Não é, pois, um feriado qualquer. É antes uma data sagrada. E como tal deve ser respeitada, sentida e vivida com recolhimento, gravidade e exaltação. Celebramos os que não hesitaram, os que não recuaram, os que com firmeza e fé levantaram uma das nações mais antigas da Europa. Portugal não se fez de consenso cobarde, nem de amálgamas culturais forçadas; fez-se de espada, de cruz e de vontade — a vontade indomável de um povo que, nos confins do mundo, se quis e se afirmou.
Não é, pois, o dia para se proferirem sentenças infames que negam a substância do ser português. Não é o dia para relativismos identitários, nem para confissões envergonhadas. Dizer que “ninguém tem sangue puro” ou que somos todos mestiços de sangue é, além de historicamente leviano, uma ofensa direta aos nossos antepassados e uma tentativa descarada de diluir a identidade nacional num caldo multicultural e sem raízes. Tal retórica, profana e servil, serve apenas aos interesses de quem deseja dissolver Portugal na indiferença dos povos.
O português autêntico não é uma construção ideológica: é uma realidade histórica, civilizacional e espiritual. É aquele que descende, ininterrupta e inviolavelmente, dos homens que edificaram esta Nação — não por decreto, mas por feitos. Feitos esses que não se apagam com panfletos nem se revisionam por conveniência ideológica.
Ouvi, neste 10 de Junho de 2025, palavras indignas proferidas por uma pseudo-erudita — voz de traidores e repetidora de doutrinas alheias — que, com ar de esclarecida, declarou que Portugal viveu numa ditadura. Ora, ou tal criatura ignora a natureza das coisas ou deliberadamente as deturpa. Portugal, entre 1933 e 1974, viveu num regime autoritário, sim, mas nunca uma ditadura tirânica. Viveu-se, então, a ordem, o respeito, a autoridade do Estado — não a anarquia travestida de liberdade que hoje, impunemente, nos governa.
Essa mesma figura, como se não bastasse, ousou afirmar que com a independência concedida aos nossos territórios ultramarinos, fizemos prosperar povos antes “oprimidos”. É necessário recordar a verdade: o Ultramar português, antes das campanhas subversivas e da ingerência internacional, progredia, desenvolvia-se, construía escolas, hospitais e vias de comunicação. E mais: muitos dos que hoje nos apontam o dedo, clamam por ajudas financeiras ao mesmo Portugal de quem quiseram a separação. Ironia triste ou ingratidão crónica?
O 10 de Junho é, pois, o dia da raça que verteu o seu sangue pelo mundo, que verteu nos campos de África, nas selvas da Ásia, nos mares sem fim e de norte a sul de Portugal. Não celebramos a escravatura — longe de nós tal ignomínia —, mas também não nos deixamos subjugar por falsos moralismos que pretendem julgar o passado com os olhos míopes do presente. Esquecem os ignorantes que o termo “escravo” advém de “eslavo”, e que foram os próprios caucasianos os primeiros sujeitos a tais práticas. Hipocrisia e ignorância caminham, frequentemente, de mãos dadas.
Mas por fim ser português é honra, é peso, é responsabilidade. É ser herdeiro de um legado glorioso, não de uma colcha remendada com ideologias importadas. Não somos “a soma de todas as cores” — somos o que fomos: filhos dos que criaram esta Nação. E se porventura erraram, erraram como Homens, mas sempre com Portugal no coração.
Portugal poderá voltar a ser grande, sim — mas apenas se souber dizer “CHEGA” às vozes que o difamam. CHEGA à vergonha do patriotismo. CHEGA ao silenciamento da História. CHEGA aos traidores da Pátria.
No Dia da Raça, celebremos, sem medo e sem culpa, a dignidade de sermos portugueses.