Incêndios e seca provocam quebra de 75% na produção da castanha martaínha

Os incêndios e a seca no verão provocaram quebras superiores a 75% na produção da castanha martaínha, com prejuízos de milhões de euros, disse à agência Lusa o presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira.

© D.R.

“Este ano, temos pouca castanha. A poucos dias do São Martinho [11 de novembro], em anos normais devíamos estar com mais de 200 toneladas de castanha. Nesta altura, no grande pico da campanha, estamos com cerca de 50 toneladas”, afirmou o presidente da Cooperativa de Penela da Beira, Aires Macieira.

A Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, no concelho de Penedono, distrito de Viseu, trabalha com a castanha martaínha de 10 concelhos dos distritos de Viseu e Guarda, com denominação de origem protegida dos Soutos da Lapa.

“Em anos bons chegamos a ter 300 toneladas de castanha, sendo que exportamos cerca de 90% da produção. Este ano, já avisámos os nossos clientes que não vão ter castanha. E eles sabem, porque acompanharam os incêndios do verão”, disse.

Aires Macieira disse ainda à Lusa que esta “quebra superior a 75%” traduz-se num “prejuízo de muitos milhões de euros, porque a castanha martaínha é a melhor do mundo e tem uma procura lá fora muito boa, pagam por ela, e este ano não há”.

No mercado interno, “é natural que esteja mais cara, e como não é um produto básico e essencial, embora seja muito nutritivo, as pessoas acabam por abdicar ou comprar menos, só para fazer o gostinho” no São Martinho.

“Os incêndios levaram-nos os soutos quase todos. Ainda vamos ver na primavera quais foram os reais danos, quais é que vão florir e não. E depois as altas temperaturas e a seca de setembro não permitiram que o fruto se desenvolvesse”.

A chuva que começou na última semana “só veio beneficiar a apanha, porque com o terreno seco é muito mais difícil, já que os ouriços não abrem e picam muito”.

Esta quebra faz com que a cooperativa “sofra enormes prejuízos”, porque “são milhões de euros que não entram, são dívidas à banca que têm de ser renegociadas, é mão de obra que não é contratada e tudo isso provoca danos na economia local” da região.

“Num ano normal, num dia de semana como este, estariam aqui sete, oito, nove pessoas a trabalhar. Veja só quantas estão cá hoje. Duas. E não têm muito que fazer, o trabalho está feito”.

A castanha que tem entrado na cooperativa “é pouca, mas de uma qualidade absurda, é mesmo muito boa, apesar do calibre ser inferior a anos anteriores, mas tem uma qualidade muito superior, e já no ano passado era boa”.

Aires Macieira realçou ainda que, “apesar dos compromissos assumidos à banca, a prioridade da cooperativa será pagar aos produtores”.

Prometeu, por isso, que “nenhum produtor vai ficar sem o seu pagamento” da produção deste ano.

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