Moedas diz que 25 de Novembro foi dia em que democracia venceu o extremismo

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) afirmou hoje que celebrar o 25 de novembro de 1975 é "cada vez mais importante", realçando que "foi o dia em que a democracia venceu o extremismo".

© Facebook de Carlos Moedas

“Celebrar o 25 de Novembro porque todas as datas contam. E esta em particular – o 25 de Novembro – é cada vez mais importante. Estamos quase nos 50 anos do fim da ditadura salazarista. Nos 50 anos de abril. Mas comemorar abril é, por si só, um exercício incompleto. Faltava algo. Esse algo que faltava era o 25 de Novembro”, declarou Carlos Moedas na cerimónia comemorativa desta data nos Paços do Concelho de Lisboa.

Carlos Moedas defendeu que “reavivar a memória é aquilo que qualquer democracia madura deve fazer”, observando que “reavivar a memória” do trouxe o país “até aqui é também lembrar o 25 de Novembro” e, com ele, “a vitória da democracia sobre qualquer tipo de totalitarismo”.

Dizendo não querer um país sem memória, Carlos Moedas recordou o 25 de Novembro como um momento em que se viu a forma como o país estava dividido: entre aqueles que “queriam tomar o poder pela força, e aqueles que queriam uma transição democrática pacífica”.

“Venceram estes últimos, que tiveram o seu grande representante na figura do então tenente-coronel Ramalho Eanes, a quem o país deve a gratidão eterna”, enfatizou o presidente da autarquia lisboeta.

Nas palavras do autarca do PSD, o 25 de Novembro significou “a vitória da democracia sobre qualquer tipo de totalitarismo” e “vitória da democracia sobre o radicalismo”, numa altura em que, disse, “havia modelos de totalitarismo para todos os gostos”.

“Isto não era apenas uma fantasia de algumas mentes. Correspondeu também, na prática, a um projeto de poder, disse Carlos Moedas, sublinhando que esse “projeto de poder podia ter levado os portugueses por um caminho perigoso de fricção, de conflito e – porventura até – à guerra civil”.

“Eram os tempos em que o poder militar pretendia ser monopolizador e motor do poder político. Eram os tempos em que alguns queriam que a legitimidade revolucionária substituísse a legitimidade eleitoral. Eram os tempos da Reforma Agrária, da nacionalização da banca, dos seguros, de parte da indústria. Eram os tempos que destruíram tantas e tantas empresas por todo o país, e que levaram o país à ruína económica”, criticou Moedas.

Salientou o autarca do PSD que “tudo isto é hoje inconcebível” para os portugueses e que “se é inconcebível, devemo-lo ao 25 de Novembro de 1975”.

Carlos Moedas alertou contudo para novos perigos no horizonte, ao dizer: “Hoje vemos os radicalismos à esquerda e à direita a atacar os moderados. Há um vazio, capturado pelas minorias barulhentas e os ativismos radicais estão aí. À falta de um ativismo social moderado que dê respostas concretas, é a estes radicalismos que as pessoas se agarram”.

Lembrando o dia em que “a democracia venceu o extremismo”, Carlos Moedas apontou os heróis dessa data, nomeadamente o general Ramalho Eanes, Jaime Neves, Melo Antunes e todos os militares do grupo dos 9, enaltecendo “os militares moderados que souberam interpretar a vontade do povo português – que sabiam que a legitimidade do voto é a única legitimidade que conta numa democracia”.

Na cerimónia, discursou também o general Rocha Vieira, que defendeu que celebrar o 25 de Abril implica celebrar o 25 de Novembro e vice-versa.

Últimas de Política Nacional

Afonso Camões apresentou esta terça-feira a demissão do cargo de mandatário distrital da candidatura de Henrique Gouveia e Melo, justificando a decisão com a necessidade de evitar “embaraços” ao ex-chefe da Marinha na corrida a Belém.
Portugal arrecadou 5,9 mil milhões de euros em impostos ambientais em 2024, alcançando o valor mais elevado de sempre e um crescimento de 4,2% face a 2023.
A sondagem ICS/ISCTE mostra Ventura a liderar nos atributos “líder forte” (22%) e “preocupação com as pessoas” (19%), superando os restantes candidatos.
Todos os autarcas do PSD que integraram o executivo da Junta de Freguesia de Fátima no mandato de 2017-2021 foram constituídos arguidos no âmbito do processo relativo às obras da Casa Mortuária de Fátima, estando acusados do crime de peculato.
O partido CHEGA alertou para os "graves prejuízos" causados pelo vírus da língua azul nas explorações de ovinos no Alentejo e questionou o Governo sobre medidas para travar a doença e apoios aos criadores.
Ribeiro e Castro, antigo líder do CDS e presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, criticou duramente o Governo, afirmando sentir “embaraço” por ter votado AD.
As subvenções vitalícias atribuídas a antigos responsáveis políticos e ex-juízes do Tribunal Constitucional deverão representar um encargo de 10,57 milhões de euros em 2026, valor que traduz uma subida próxima de 19% face aos 8,9 milhões orçamentados para 2025. Trata-se da despesa mais elevada desde 2019.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país. Em entrevista com Pedro Santana Lopes, no programa Perceções e Realidades do NOW, o candidato presidencial apoiado pelo CHEGA afirmou já estar habituado a enfrentar “todos contra nós”.
O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, disse hoje, depois de visitar Marcelo Rebelo de Sousa no Hospital de São João, no Porto, onde o chefe de Estado foi operado, que não o vai substituir no cargo.
O Ministério Público questionou a alegada deslocação do antigo primeiro-ministro José Sócrates aos Emirados Árabes Unidos, admitindo que a viagem, a ter acontecido, poderá fazer parte de um plano de fuga e que as medidas de coação podem mudar.