A crise na imprensa nacional (parte I)

Primeira manifestação pública de interesse: Tenho familiares que são jornalistas há mais de 30 aos. E que felizmente estão em lugares que dificilmente irão estar na mesma situação dos jornalistas e familiares da Global Media.

É inegável para um indivíduo minimamente inteligente que os Jornais e Rádio da Global Media são tendencialmente de esquerda. Digo “tendencialmente” de esquerda para ser simpático. Penso que até ninguém da redação o esconde e basta ver as capas do DN e do JN dos últimos 20 anos e, particularmente dos últimos 8 anos para o aceitar compreender. Façam isso. Assumam-se no vosso estertor. Irá doer menos e ficarão em paz.

Quando assisto às manifestações deste pessoal com palavras como “pluralismo” e “liberdade” foco chocado. Sim, chocado. Pluralismo? O DN e o JN? onde? Estou ainda a reunir todos os comentários, faltas de respeito e mentiras que estes pasquins lançaram sobre o nosso Partido. Sejam honestos. Mas principalmente intelectualmente honestos. Há muito que estes pasquins respondem a um só dono. E esse dono abandonou-vos em plena autoestrada. 

A verdade é que estas publicações já há muito tempo que deveriam ter acabado. Já há muito tempo que devia ter fechado e na melhor das hipóteses seriam portais de informação. Quem os leia de forma independente e não tendenciosa percebe que são totalmente parciais, de fraca qualidade e de fraca imagem. Tudo é mau. E são geridos por indivíduos já ultrapassados na história sem qualquer brio profissional onde a única coisa que lhes interessa é verem o seu nome num jornal ou a sua voz numa rádio. Egos muito grandes em gente muito pequena, limitada e que nunca quis crescer. Mas se isso não bastasse continuaram sem quer modernizar os seus conteúdos, as suas reportagens e baseiam as suas fontes sempre pelos oráculos internacionais totalmente enviesados. Sim as publicações da Global Media são um “case study”, mas um “case study” de tudo o que um órgão de comunicação social não deve fazer. Mas fizeram durante muitos e demais anos e isso paga-se. Salvem-se pelo menos os profissionais liberais como os ilustradores e outros que rapidamente irão conseguir trabalho. Mas quanto aqueles jornaleiros de taberna que se julgam poderosos pro pertencer ao “quarto poder”…ide trabalhar. Os bons profissionais, se atualizarem as suas skills, terão sempre trabalho. Os outros que façam como outros jornalistas: criem os vossos conteúdos nas plataformas e arrisquem. Se tiverem material de qualidade…será lido.

Segunda manifestação de interesse: Faz agora dez anos que eu, a minha mulher e uma estagiária lançamos uma publicação sobre show biz para adolescentes. Essa publicação tinha 60/61 páginas de conteúdo de entretenimento como sugestões de vestuário, mas acima de tudo dava a possibilidade de ouvir os jovens adolescente e pré-adolescentes, maioritariamente meninas, sobre as suas preocupações e anseios. Essa publicação como uma plataforma interativa, mas a dada altura chegou a edição em papel. Fizemos 8 edições e devido ao custo de mão de obra versus benefício acabámos por desistir do papel e nos concentrar no papel. E o sucesso foi imediato. Chegámos a ter vários milhões de visitantes (page views) por mês. Ao fim de dois anos de atividade vendemos a publicação a um grande grupo de comunicação. Eramos três pessoas no total onde só uma trabalhava a tempo inteiro. Repito, três. Produção, paginação, conteúdo, edição, publicação e venda.

Não conto isto como forma de show off, mas digo com forte conhecimento de causa sobre o mercado da imprensa escrita e digital e isso dá-me alguma legitimidade para afirmar que 600 pessoas para fazer 2 ou 3 jornais é um tremendo exagero nos dias de hoje. Ter correspondentes em todo o país a 2, 3 ou 4 mil euros mês é um escândalo. E querer que seja o povo a pagar tudo isto é criminoso. Há muita ociosidade na profissão. Mas também há bons profissionais que não merecem estar na situação em que estão. Para eles: Um forte abraço solidário.

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