O sistema Montenegro

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O sistema Montenegro, do qual faz parte, com base nos dois partidos do arco da governação, está nos seus melhores dias políticos.
 Passada a fase de teste dos 100 dias de tréguas para a ver e sentir a postura do novo primeiro-ministro de Portugal, o sistema Montenegro, conseguiu estabilidade e aceitação de imagem aos portugueses, com aceitação calma das medidas impostas no parlamento pelos partidos da oposição, CHEGA e PS, com o fim de algumas portagens, com a resolução dos aumentos dos polícias, dos professores e alguma acalmia na sociedade, que o aceita como primeiro-ministro, agora, mas a prazo? Sabendo desta possibilidade política, a prazo, nada como antecipar, neste caso aprendendo com o PS, uma boda aos pobres, em outubro, de algumas centenas de euros. Sem qualquer intenção de comprar alguns dos 1,4 milhões de pensionistas que irão receber como que um conforto antes do subsídio de Natal, para complementar os seus magros rendimentos. Fica assim antecipado o cenário de eleições legislativas antecipadas, com os votos que certamente muitos milhares dos 1,4 milhões lembrarão no ato de votar livremente no novo governo do sistema Montenegro.
Com a mais que notada, porque sentida união dos partidos do sistema, muito cedo, Montenegro, seguiu a linha do sistema PS e PSD, como os únicos que podem ser aceites como governáveis e iguais entre pares na escolha dos portugueses. Daí, e sem vacilar, foi construindo a imagem de quem com o CHEGA nunca, as linhas vermelhas foram dando frutos, sem que se apegasse a imagem de sustentação ou apoio do CHEGA, ou sequer a terrível aliança, ou co governação em maioria absoluta com tal partido.
 Passando a imagem de um partido menor, rejeitado e apenas a votar ao lado dos “populismos” do PS, fim de algumas portagens, subsídios para todos os polícias, imigração descontrolado e outros assuntos que obrigaram Montenegro a ter de executar sem decidir a contragosto tais imposições legais da maioria parlamentar CHEGA e PS no Hemiciclo parlamentar.
Construindo assim, uma narrativa de luta contra o PS mas exclusão do CHEGA.
O que pode seguir no cenário de antecipação das legislativas com o sacudir de responsabilidades políticas pela queda do governo?
O PS, inclina-se para se abster, deixando o ónus da decisão ao CHEGA. O CHEGA, fica assim numa “posição construída” de assegurar e assumir o ónus da decisão. Por coerência política do que defendeu e da rejeição a que foi sujeito, não se pode abster, no sentido político e coerente de responsabilidade política.
Votar a favor, iria desacreditá-lo nas suas propostas que votou favoravelmente para bem dos portugueses. Seria sempre confrontado pela CS, com o “falam, falam, mas afinal votaram a favor do orçamento do PSD, que agora criticam” ?
Resta-me por coerência política, que vote contra o OE, assumindo as suas responsabilidades pela decisão, diferenciando-se do PS, naturalmente e do PSD, pela constante rejeição quer de negociações, quer de apoio quer de possível suporte de governo de maioria parlamentar com o CHEGA, nunca…
Claro que qualquer decisão terá impacto mais negativo que positivo, mas temos de ser oposição na decisão de o podermos fazer, pois as decisões políticas nas votações quer a favor quer contra na AR, são sempre deturpadas com algum sucesso político pelo sistema. Ora se vota a favor do fim de algumas portagens, vota ao lado do PS, ora se vota a favor da baixa de impostos que o PSD quer, mas que acaba por colar ao CHEGA, votou mas, não foi uma proposta sua, pois nunca foi aprovada nenhuma proposta CHEGA.
 Nesta perspetiva e realidade o CHEGA tem sido emparedado com o sucesso que os dois líderes do sistema e arco de governação, tem permitido com ou sem alianças tácitas mas evidentes nos resultados e nas aparências e suas consequências.
Já a extrema esquerda moribunda, já nem conta para esta equação tripartida de resultado possível, consequente, mas ainda indeterminado.

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