Alemanha aprova proposta que facilita expulsão de refugiados

Os deputados alemães aprovaram hoje uma proposta de lei que endurece ainda mais a política migratória do país, facilitando a expulsão de requerentes de asilo que tenham entrado na Europa por outro Estado ou que tenham cadastro criminal.

© Facebook de Olaf Scholz

O texto do Governo alemão dá mais poderes às forças de segurança e facilita as deportações de refugiados que tenham usado armas ou que tenham cometido crimes antissemitas ou homofóbicos.

Por outro lado, os requerentes de asilo que regressem temporariamente ao seu país de origem deixarão “por norma” de ter proteção na Alemanha.

Este endurecimento da lei surge num contexto de aumento da influência e do poder de direita radical na Alemanha e após ataques mortais com facas registados nos últimos meses no país.

No entanto, o texto aprovado ficou aquém do documento original já que a ala esquerda do Partido Social-Democrata (que faz parte da coligação governamental) pressionou a ministra do Interior, Nancy Faeser, para moderar uma medida fundamental da proposta.

Inicialmente, o documento apresentado incluía uma abolição completa de ajuda aos requerentes de asilo que tivessem entrado na Europa através de outro país da União Europeia (UE), antes de irem para a Alemanha, mas agora essa situação só é imposta se o regresso dos refugiados a esse terceiro país “for jurídica e efetivamente possível”.

Além disso, a abolição de ajuda está completamente excluída nos casos em que haja crianças envolvidas.

A proposta de lei terá ainda ser validada pela câmara alta do parlamento para entrar em vigor.

A coligação governamental liderada pelo chanceler Olaf Scholz – constituída pelo Partido Social-Democrata, Os Verdes e o Partido Liberal – apresentou o seu projeto em agosto, na sequência de um triplo homicídio com arma branca cometido por um sírio suspeito de ligações à organização ‘jihadista’ Estado Islâmico durante uma festa na cidade de Solingen (oeste).

Em junho, um outro ataque com uma faca, atribuído a um afegão presente numa manifestação anti-islâmica em Mannheim (sudoeste), fez um morto, um agente da polícia que interveio no incidente.

Estes episódios alimentaram o progresso do partido de direita radical AfD, hostil aos migrantes, que, em setembro, venceu umas eleições regionais pela primeira vez, alcançando votações historicamente elevadas em duas regiões.

Os ataques islamistas e os sucessos eleitorais de direita radical levaram mesmo o Governo a restabelecer os controlos em todas as suas fronteiras por um período de seis meses.

Segundo o instituto europeu de estatísticas (Eurostat), 484.160 nacionais de países terceiros foram obrigados a abandonar a UE no ano passado e 91.465 (18,9%) foram efetivamente repatriados.

Últimas de Política Internacional

Os deputados alemães aprovaram hoje uma proposta de lei que endurece ainda mais a política migratória do país, facilitando a expulsão de requerentes de asilo que tenham entrado na Europa por outro Estado ou que tenham cadastro criminal.
A presidente do Parlamento Europeu (PE) pediu hoje a implementação do novo pacto em matéria de migrações e asilo, reconhecendo que é um assunto que se tem arrastado entre os Estados-membros.
Os dois candidatos à Casa Branca, Donald Trump e Kamala Harris, "continuam empatados" nas sondagens.
A Missão Internacional Independente de Determinação dos Factos da ONU para a Venezuela divulgou na terça-feira um relatório a denunciar crimes cometidos pelas autoridades durante as eleições presidenciais de julho no país.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, congratulou-se hoje com a posição assumida pela presidente da Comissão Europeia, que defendeu a criação de centros de acolhimento e processamento de migrantes irregulares em países fora da União Europeia.
A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou esta segunda-feira o projeto-lei iraniano que agrava as sentenças das mulheres que não usem o véu islâmico considerando que se vai verificar “resistência” contra as autoridades.
O Conselho da União Europeia (UE) adotou hoje as novas regras comunitárias para melhorar as condições de trabalho dos mais de 28 milhões de trabalhadores de plataformas digitais de trabalho, como Uber ou Glovo, concedendo-lhes direitos laborais.
O Governo talibã do Afeganistão proibiu os meios de comunicação social de publicar imagens de seres vivos, acrescentando que os jornalistas das várias províncias já tinham sido avisados da aplicação gradual da medida.
A coligação de partidos de esquerda e de direita que está no poder na Islândia desde novembro de 2021 desfez-se hoje, anunciou o primeiro-ministro, Bjarni Benediktsson, propondo a realização de novas eleições em novembro.
O Governo francês anunciou hoje que pretende apresentar ao parlamento uma nova lei sobre a imigração no início de 2025, quando a União Europeia (UE) está a ponderar reforçar ainda mais a sua política de migração.