A vitória de Donald Trump nas eleições americanas em 2024 será um divisor de águas na
política global, com implicações profundas. Rejeitado por elites globais e plutocratas, mas
apoiado por uma base sólida, Trump simboliza o retorno do nacionalismo conservador,
defendendo uma política de soberania que encontra apoio em vários líderes europeus
que partilham ideais comuns como Giorgia Meloni e Viktor Orbán. Essa postura anti-
globalista, vista como um resgate dos valores tradicionais, reflecte uma resposta às
frustrações populares com a política identitária que impõe uma visão fragmentada da
sociedade focada em divisões e diferenças ao invés de fortalecer a unidade nacional e
ignorando o que realmente torna as nações fortes, a coesão de uma sociedade baseada
em princípios universais e não em rivalidades entre grupos nem em ideologias wookistas.
Após anos de ataques pessoais e políticos, Trump mantém uma atitude resiliente,
ignorando acusações de incitamento à insurreição, obstrução à justiça, abuso de poder e
outros escândalos em prol de uma agenda que visa proteger o trabalhador comum e a
classe média em particular. Um dos principais pilares da sua plataforma económica serão
as tarifas proteccionistas, com propostas de até 60% sobre produtos chineses. Trump
pretenderá reavivar o “Trump Reciprocal Trade Act” e irá fortalecer o “Tax Cuts and Jobs
Act” para promover o Made In America e proteger a classe média.
No tema da imigração, Trump reforçará uma postura rígida contra a imigração ilegal,
ecoada recentemente por políticas de deportação de líderes europeus, medidas que são
vistas como fundamentais para preservar a segurança nacional e a sustentabilidade dos
sistemas de apoio social. Após tanta demagogia e mentiras por parte dos governos
europeus, eis que finalmente se rendem às propostas que, há vários anos, Trump e os
partidos nacionalistas na Europa já defendiam.
No plano internacional, a guerra Rússia-Ucrânia será abordada por Trump com uma
política de “força para a paz”, procurando um acordo que acabe rapidamente com o
conflito e aproveitará também as suas relações com Vladimir Putin e Kim Jong-un para
equilibrar forças.
Em relação à China, Trump também deverá manter uma postura firme com este país que
ele considera, no plano económico como no plano estratégico o maior desafio global. A
sua relação com Vladimir Putin, frequentemente mal interpretada, é parte de uma
estratégia maior para conter a influência chinesa no domínio da região estratégica do
Indo-Pacífico onde há a forte possibilidade de um conflito nas águas do Mar do Sul da
China. Taiwan será a faísca que irá incendiar toda esta região.
Sobre o clima, Trump dará prioridade a uma política baseada na competitividade e não
em restrições ambientais severas. Argumenta que o combate às mudanças climáticas
exige inovação em vez de regulamentos que, na sua visão, sufocam a economia
americana.
Com a vitória de Trump, a exploração de recursos naturais, como petróleo e gás, será
ampliada, criando mais empregos e garantindo a independência energética dos EUA. Serámais transparente do que Biden que, de maneira hipócrita, aprovou mais licenças de
perfuração do que Trump sem assumir uma agenda clara de defesa dos combustíveis
fósseis.
O continente africano será visto por Trump como um terreno fértil para parcerias
económicas com oportunidades em energias renováveis e infraestrutura sustentável. A
Agenda 2063 da União Africana que prevê um crescimento exponencial na procura por
recursos e serviços será uma prioridade para o investimento americano.
Para Trump, o mundo enfrenta tempos urgentes, com uma necessidade crítica de líderes
que rejeitem concessões às corporações e às elites globais.
O mundo está à beira de um grande abalo e é exactamente na crise de uma era turbulenta
que emerge uma nova ordem mundial. Embora não tenhamos uma bola de cristal,
acreditamos que Trump será o próximo presidente dos Estados Unidos. Será o líder que
os EUA precisam para enfrentar um mundo perigoso. No meio de tantas transformações
globais, com uma revolução tecnológica em curso, uma geopolítica emergente e
urgências de segurança nacional, fica evidente que o mundo precisa de um estadista
enérgico, não de políticos desatentos, manipulados por interesses individuais ou
corporativos, de políticos “pop stars” obcecados por sondagens, carregados às costas por
uma comunicação social manipuladora e moldados por marketeers políticos. A América e
o resto do mundo precisam de um líder autêntico, corajoso e determinado. O mundo está
em urgência e saber lidar com isso não é para todos. Trump é o adulto na sala.