O 25 de Abril deu a Portugal a liberdade, ou melhor, uma perceção de liberdade, porque os militares de extrema-esquerda estavam a impor aos portugueses uma ditadura mascarada de democracia, através de nacionalizações, de uma reforma agrária que não era mais do que um roubo de propriedade privada e ainda através de censura na imprensa com perseguições aos jornalistas que se atreviam a mostrar quem era efetivamente o terrorista Otelo Saraiva de Carvalho. Mas a verdadeira democracia, efetivada com o voto popular, essa só chegou depois do 25 de Novembro de 1975. Se não fosse Jaime Neves e todos os militares que estavam a seu lado contra os militares do PCP e de extrema-esquerda, Portugal tinha saído do Estado Novo para entrar diretamente no Estado Soviético onde vigora a pobreza, a fome e uma total ausência de liberdade de expressão, de pensamento e de filiação política. O PCP esteve ausente das comemorações, tal como os elementos da Associação 25 de Abril. Foi um dos dias em que melhor se respirou dentro do hemiciclo, até porque o partido de extrema-esquerda, Bloco de Esquerda, só se fez representar por uma deputada. A limpeza foi quase total, faltou apenas não estarem presentes também alguns elementos de extrema-esquerda da bancada do PS. Como dizia o meu avô “fazem cá uma falta como a fome”. Mas isto mostra bem o que é a democracia para estas pessoas. Para PCP, BE e alguns extremistas do PS, a democracia é aquilo que eles querem que seja e só as opiniões deles é que são válidas. Já diz a expressão: “Se tu pensas que pensas, pensas mal. Porque quem pensa por ti é o Comité Central”. Estes são os grandes herdeiros do 25 de Abril: um sistema que se transformou num polvo de interesses, lobbies e corrupção; um sistema que se afastou da população, lembrando-se apenas dela quando há eleições no horizonte; um sistema que se enriquece com a distribuição de tachos enquanto os portugueses empobrecem. É contra isto que lutamos e vamos sempre lutar. 25 de Abril sim, mas 25 de Novembro ainda mais!