Seis detidos na Roménia por acusação de traição a favor da Rússia

As autoridades romenas detiveram hoje seis pessoas acusadas de traição e formação de uma organização paramilitar com o objetivo de derrubar o Governo, um dia após a expulsão de dois diplomatas russos de alto nível.

©D.R.

Os suspeitos, todos de nacionalidade romena, são acusados de terem realizado “ações contínuas e de conspiração” desde 2023 para “minar a soberania do Estado romeno” e “minar a sua capacidade de defesa”, declarou o Ministério Público responsável pela luta contra o crime organizado (Diicot).

Segundo os procuradores, os detidos “entraram repetidamente em contacto com agentes de uma potência estrangeira sediada na Roménia e na Rússia” e dois deles viajaram para Moscovo em janeiro.

“Procuraram ativamente apoio” junto de representantes da embaixada russa em Bucareste, cujo adido militar e o seu adjunto foram posteriormente expulsos na quarta-feira, disseram os serviços de informação romenos.

Os seus alegados objetivos seriam tomar o poder na Roménia, mudar o nome, a bandeira e o hino do país e ainda retirar da NATO este país, pilar essencial da organização desde o início da invasão russa à vizinha Ucrânia, segundo os procuradores.

A organização paramilitar que formaram, que recrutou os seus apoiantes na internet, agiu com o apoio moral de um general reformado, afirma o Ministério Público, que realizou buscas em Bucareste e em várias outras cidades.

O militar, de 101 anos, está a ser investigado, mas não foi detido, segundo relatos dos meios de comunicação social.

A Roménia está em crise desde a eleição presidencial de 24 de novembro, que trouxe para a cena política um candidato de extrema-direita, Calin Georgescu.

Numa ação rara na União Europeia (UE), o Tribunal Constitucional romeno anulou a primeira volta das presidenciais após alegações de interferência russa, enquanto as autoridades romenas alertaram para “uma série de ações híbridas” por parte de Moscovo.

Suspeito de ter beneficiado de uma campanha de apoio ilícito na rede social TikTok, Georgescu foi acusado na semana passada de falsas declarações e várias outras acusações, provocando indignação entre os seus apoiantes que saíram à rua para denunciar um “golpe de Estado” ditado por Bruxelas.

No âmbito do caso de Georgescu, a polícia emitiu um mandado de detenção para um antigo comerciante franco-romeno, Horatiu Potra, que até há pouco tempo operava na República Democrática do Congo (RDCongo).

Suspeito de perturbar a ordem constitucional, Potra é acusado de ter escondido armas e dinheiro ilegais na sua casa, juntamente com cerca de outras vinte pessoas suspeitas de terem ajudado o candidato de extrema-direita.

Hoje, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) confirmou a decisão do Tribunal Constitucional romeno de interromper o processo eleitoral presidencial em novembro de 2024, rejeitando os argumentos apresentados por Calin Georgescu.

O candidato de extrema-direita levou o caso ao tribunal de Estrasburgo, argumentando que a Roménia tinha violado os compromissos internacionais sobre eleições livres, o direito a um julgamento justo e a liberdade de expressão, entre outros, pela decisão de anulação da eleição presidencial em novembro pelo Tribunal Constitucional.

As novas eleições presidenciais foram marcadas para 04 de maio.

Últimas do Mundo

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, disse hoje não aceitar as exigências dos países que insistem em negociar, um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos ter anunciado que lhe tinha enviado uma carta a pedir diálogo.
A polícia suíça anunciou hoje que resolveu um sequestro de dois cães de raça bolonka que exigia um resgate de um milhão de francos suíços (cerca de 1.048 milhões de euros, ao câmbio atual).
O Papa Francisco advertiu hoje, numa mensagem preparada no hospital Gemelli, em Roma, que “uma sociedade justa não se constrói eliminando os nascituros indesejados” ou os idosos e doentes dependentes.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu hoje que está a ponderar a imposição de sanções “em grande escala” contra a Rússia para forçar negociações diretas com a Ucrânia que conduzam a um cessar-fogo.
O número de nascimentos na União Europeia (UE) recuou, em 2023, 5,4% para os 3,67 milhões de bebés, a maior quebra no indicador desde 1961, face aos 3,88 milhões do ano anterior, divulga hoje o Eurostat.
O Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu hoje de que Moscovo não desistirá dos limites definidos nos últimos três anos para terminar a guerra na Ucrânia, escolhendo, portanto, "a versão da paz" que melhor sirva os seus interesses.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje baixar as taxas de juro em 25 pontos base, a sexta redução desde que iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024, considerando que o "processo desinflacionista está bem encaminhado".
As autoridades romenas detiveram hoje seis pessoas acusadas de traição e formação de uma organização paramilitar com o objetivo de derrubar o Governo, um dia após a expulsão de dois diplomatas russos de alto nível.
O vice-presidente norte-americano JD Vance visitou na quarta-feira a fronteira entre os Estados Unidos e o México, onde destacou que as detenções por travessias ilegais caíram drasticamente porque passou a ser prioridade no governo liderado por Donald Trump.
Tropas sul-coreanas e norte-americanas iniciam exercícios militares anuais conjuntos na próxima semana, anunciou hoje Seul, dias após a Coreia do Norte ameaçar com demonstrações de alto nível contra o que chamou de escalada da agressão liderada pelos EUA.