Dez de Junho é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Tem sido assim há várias décadas. Uma data republicana e da qual o actual regime se apropriou.
Numa secular Nação como a nossa, com 900 anos de História, provavelmente faria mais sentido recordar Zamora, Ourique ou até Aljubarrota, mas opta-se por celebrar Camões, o poeta de Portugal e da nossa identidade baseada no belo conceito da Portugalidade, uma vez que os «palavrões» de Zamora, Ourique e Aljubarrota já pouco dirão aos nossos actuais governantes e menos ainda às gerações mais novas. Isto não é mera opinião, mas pura constatação.
Posto isto, os dias nacionais, em todos os lugares do mundo, são datas aproveitadas para que os do presente se sintam honrados com aqueles que os antecederam e permitir esta ligação perfeita entre os do passado, os do presente e os do futuro. Um dia para recordar quem nos antecedeu e uma obrigação para os do presente, que têm esse dever primordial de legar o passado aos que, com a Graça de Deus, hão-de vir.
Aqui, neste espaço de liberdade, podemos escrever, em letra de forma, que sentimos honra neste passado, queremos preservá-lo e levá-lo ao futuro. Por nós, os 900 anos de Portugal são para honrar e já nos preparamos para os próximos 900.
Voltando ao último dez de Junho, e sem dele sair, permitam-me recuperar um pouco das intervenções que tiveram lugar na celebração em Faro, pelas vozes de Lídia Jorge e de Marcelo Rebelo de Sousa.
«Ninguém tem sangue puro», «somos descendentes do escravo e do senhor». Até aqui, Lídia Jorge, parece que estamos de acordo. Contudo, se somos descendentes dos escravos, por que razão parece que teremos de pagar reparações históricas a outros países, nomeadamente àqueles com quem tivemos relação de proximidade durante séculos? Se assim é, qual o motivo para continuarem no masoquismo, na penitência, na negação de factos e no verdadeiro crime do anacronismo para satisfazer os egos de determinadas minorias que, todas juntas, não significam coisa nenhuma?
Mas há mais, a dra. Lídia não se ficou por aqui e falou no «pecado dos Descobrimentos», para dizer que: «É indesmentível que os Portugueses estiveram envolvidos num processo de escravização longo e doloroso.»
Com tanto despautério junto, refém de um(a) fre(n)te wokista, percebe-se o motivo pelo qual o povo reagiu. Quem esteve no local ouviu e comprova-o. Pena que as televisões não lhe tenham dado eco. A dra. Lídia e o dr. Marcelo queriam passar um raspanete ao povo Português, de modo muito geral, e ao povo algarvio, em particular, pela decisão eleitoral do passado dia 18 de Maio. A chatice dos diabos é que o Bom Povo Português percebeu e reagiu ao vergonhoso discurso, altamente politizado, em que os mais altos representantes da Nação fizeram as vezes dos (poucos) militantes do Bloco de Esquerda e até falaram como eles, só faltou fumar, cantar, dançar e… acampar.
Esta cerimónia do 10 de Junho, foi a última do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Percebemos que não foi uma comemoração nacional, mas uma despedida com sabor a traição geral. Atitude de quem sabe que não deixará saudade.
Aqui chegados, será da maior utilidade que os «nossos democratas», cujas principais preocupações, ao longo de anos, foram as agendas dos salários, das condições de vida, da saúde, da educação e da igualdade das classes trabalhadoras, passaram, agora, nestes novos tempos de loucuras de género e disparates wokistas, a preocupar-se com outras «causas», nomeadamente as «intelectuais e elitistas» que, normalmente, vivem em belos gabinetes das universidades públicas, nos «observatórios» e «fundações» devidamente regadas com milhões de euros do erário público, à custa de quem trabalha, e se esqueceram de quem, ao longo de décadas, as elegeu. Passaram a dedicar-se a manter o poder e a enriquecer com a política e a viver de ser poder. Passaram a dedicar-se a si mesmos, aos seus, às suas associações, às suas agendas e a viverem nas suas «bolhas».
As «elites políticas» ainda não perceberam que o país mudou.
A dra. Lídia, no seu discurso, referiu, ainda, que «Um ser humano é um ser de resistência e de combate. É só preciso determinar a causa certa.» Noutros tempos da História, a causa certa foi combater as elites que oprimiam o povo. Nos dias que correm, há quem se considere «elite» e julgue que a causa certa seja combater a vontade do Povo e impedir o Povo de escolher. Temo que estas «elites» ainda não entenderam nada.
Até lá, que se perceba que o dia de Portugal é um momento de unir e não dividir. É dia de sentir comunidade e com verdadeiros gestos de humanidade.
O dez de Junho precisa de ser, novamente, a festa da união e da celebração da Nação. O dez de Junho precisa de ser a festa da união e não o lugar da condenação.
Felizmente, há um movimento patriótico, cada vez maior, que recuperará a Honra em ser Português! E fará do dez de Junho o dia de Portugal e dos Portugueses.
Eu Acredito em Portugal!
Viva Portugal!