Uma operação liderada pela PJ e com apoio do SEF está em curso para pôr termo a uma alegada rede de imigração ilegal, disse hoje o ministro da Administração Interna, adiantando que haverá outros processos semelhantes no futuro próximo.
Vários órgãos de comunicação social avançaram hoje que está a decorrer uma megaoperação com o objetivo de desmantelar uma associação criminosa que terá criado um esquema que se baseava na utilização indevida do Sistema Automático de Pré-Agendamento (SAPA) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
De acordo com a CNN, a megaoperação liderada pela Polícia Judiciária estende-se a França, país onde também estão a decorrer operações policiais.
Até ao início desta tarde já haviam sido detidas 10 pessoas que são suspeitas de, a partir de Lisboa, facilitar a livre circulação de imigrantes ilegais na Europa.
As autoridades acreditam que este esquema – que consistia em enviar milhares e milhares de pedidos de entrevista para o SEF, deixando os serviços em rutura – permitia que os imigrantes circulassem livremente pela Europa com a desculpa de que aguardavam pela chamada das autoridades portuguesas.
Face ao número de pedidos pendentes no SEF, as autoridades estimam que estejam em causa 300 mil casos suspeitos.
“É uma operação liderada pela PJ, em que o SEF está a cooperar e é uma operação que conta também com autoridades europeias, para pôr termo a práticas que podem configurar ilícitos criminais que vinham sendo objeto de uma investigação que tinha algum tempo de decurso e que agora se encontra em fase de desenvolvimento”, disse o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que falava aos jornalistas após participar na inauguração do Centro Municipal de Proteção Civil de Tábua, no distrito de Coimbra.
De acordo com o responsável, há “outras operações desta natureza que irão ocorrer nos próximos tempos”, face aos “muitos procedimentos de inquérito abertos”.
“É importante que se transmita esta mensagem: Práticas que configurem ilícitos criminais de auxílio à imigração ilegal ou de tráfico de seres humanos devem merecer – como estão a merecer – uma atuação pronta e eficaz, que garanta a salvaguarda do Estado de Direito e que proteja os direitos fundamentais”, acrescentou.
*com Agência Lusa
[notícia atualizada às 14h00 com informação oriunda da CNN]