O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou hoje que se deslocou à frente oriental para se encontrar com tropas ucranianas que penosamente recuperaram terreno aos russos em volta da cidade de Bakhmut, devastada pela guerra.
“Visitei (…) batalhões que estão a efetuar missões de combate na região de Donetsk e debatemos com o comandante problemas com que os soldados se confrontaram, assim como propostas para os resolver”, declarou Zelensky na plataforma digital Telegram.
O chefe de Estado fez acompanhar as suas mensagens de vídeos em que se pode vê-lo apertar a mão de soldados pertencentes a diversas unidades e a conversar com eles em locais não-identificáveis.
A Ucrânia reivindicou hoje pequenos avanços no âmbito da sua contraofensiva iniciada há mais de dois meses para libertar o conjunto dos territórios ocupados pela Rússia.
Na cidade de Bakhmut, no leste do país, são agora as tropas de Moscovo que estão à defesa, depois de a terem tomado em maio, após meses de sangrentos combates.
A vice-ministra da defesa ucraniana anunciou hoje que o exército ucraniano recuperou três quilómetros de território próximo de Bakhmut.
“No setor de Bakhmut, foram recuperados três quilómetros na semana passada. No total, 40 quilómetros já foram reconquistados no flanco sul do setor de Bakhmut”, cidade que foi capturada em maio pela Rússia, afirmou Hanna Maliar à televisão ucraniana.
Mais ao sul da frente leste, a vice-ministra ucraniana relatou uma situação “extremamente difícil” em torno de Avdiivka, localidade que as forças russas estão a tentar tomar aos ucranianos.
Na frente sul da ofensiva ucraniana, lançada em junho, as forças de Kiev registaram “alguns sucessos” ao sul de Staromayorske, uma localidade recuperada no final de julho das forças de Moscovo, acrescentou Hanna Maliar.
Os combates continuam, principalmente para retomar a cidade vizinha de Urozhaine.
Na região de Kherson, a vice-ministra também relatou ações conduzidas por “determinadas unidades” da Ucrânia na margem oriental do Dnieper, de onde o exército russo se retirou em novembro de 2022, tornando o rio a linha de frente.
“Não podemos revelar os detalhes, mas nós realizámos estas ações (…)”, afirmou Hanna Maliar, acrescentando que “é preciso desalojar o inimigo e recuperar território” nesta frente de batalha.
Mas as tropas ucranianas estão em dificuldades mais a norte, em torno de Kupiansk, e o Presidente russo, Vladimir Putin, continua a repetir que a contraofensiva de Kiev já fracassou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.