Itália vai expulsar migrantes após registar aumento de 115,1% em 2023

©facebook.com/giorgiameloni

O Governo italiano vai aumentar as expulsões de migrantes a partir de setembro, depois de registar um aumento de 115,1% nos primeiros sete meses deste ano face ao mesmo período do ano passado, informou hoje o Ministério do Interior.

De acordo com os últimos dados oficiais, 89.158 migrantes desembarcaram na costa italiana em 2023 face aos 41.435 no mesmo período de 2022, o que significa um aumento de 115,1%.

A Tunísia é agora o principal país de origem dos migrantes que chegam a Itália.

Os repatriamentos também tiveram um aumento de 28,05%, assim como os pedidos de asilo (70,59%), dos quais um em cada dois foi indeferido.

“Reforçaremos o sistema de expulsões, especialmente para pessoas que se mostraram perigosas”, disse o ministro do Interior, Matteo Piatendosi, em entrevista à edição de hoje do jornal “Il Messaggero”.

Piatendosi referiu que o Governo já conseguiu um aumento de 30% nas expulsões em 2023, percentagem que quer agora aumentar.

O aumento de chegadas de migrantes está “ligado a uma dramática crise socioeconómica na Tunísia”, reforçou.

“Prova disso é que se as estatísticas se limitassem aos países tradicionais de partida, nomeadamente Argélia, Líbia e Turquia, os dados das chegadas ao nosso país até diminuiriam”, acrescentou.

E sobre a mudança em relação às Organizações não Governamentais (ONGs) de ajuda no Mediterrâneo, alvo de ataques do Governo italiano, o ministro garantiu que “eles agora também estão a agir sob as diretrizes da guarda costeira italiana”.

“O salvamento no mar é garantido pelo Estado, visto que, dos 72.046 salvamentos na zona SAR [zonas marítimas sob soberania] quase todos foram realizados pelo Estado, enquanto as ONGs realizaram 4.113”, enfatizou.

A oposição italiana criticou o governo de Meloni pela gestão da imigração: “Eles gritam portos fechados, os italianos vêm primeiro, mas a direita está a demonstrar uma manifesta incapacidade de gerir a imigração”, escreveu na segunda-feira o presidente do progressista Partido Democrático (PD), Stefano Bonaccini, nas suas redes sociais.

Contudo, os desembarques continuam em Lampedusa onde, desde a meia-noite, chegaram 299 migrantes em sete pequenas embarcações, somando-se às 454 que desembarcaram na segunda-feira.

O Papa Francisco lembrou, no domingo, que “já morreram quase 2.000 homens, mulheres e crianças desde o início do ano” ao tentar chegar à Europa através da travessia do Mediterrâneo, apelando a “esforços políticos e diplomáticos” para evitar novas tragédias.

Últimas de Política Internacional

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje que irá recomendar ao seu Governo a aprovação de uma proposta de cessar-fogo com o movimento xiita libanês Hezbollah, preparando terreno para o fim de quase 14 meses de combates.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, advertiu hoje que Israel irá reagir com força a qualquer violação de um cessar-fogo no Líbano que venha a ser acordado.
Um grupo de deputados russos apresentou hoje perante a Duma (a câmara baixa da Assembleia Federal) um projeto de lei que abre caminho ao reconhecimento do movimento talibã pela presidência da Rússia (Kremlin).
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse hoje que Israel não tem "nenhuma desculpa" para recusar o cessar-fogo no Líbano negociado pelos Estados Unidos e pela França.
Olaf Scholz foi escolhido por unanimidade como o candidato primeiro-ministro do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, anunciou hoje o partido.
A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.