A poucos dias de o executivo comunitário apresentar um novo pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, que deve abranger limites à exportação dos diamantes russos, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) vão então hoje discutir a situação na Ucrânia, contando com uma intervenção por videoconferência do chefe da diplomacia ucraniano, Dmytro Kuleba.
Para sexta-feira, está prevista a divulgação de novo pacote de sanções da União Europeia à Rússia, o 12.º, que abrangerá os diamantes russos, importantes para a economia do país já que a sua exportação (principalmente para países europeus como Bélgica) vale quase cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros).
Ao mesmo tempo, Bruxelas está a preparar uma proposta jurídica sem precedentes para utilizar os lucros gerados pelos bens estatais russos congelados na UE para a reconstrução da Ucrânia.
Reunidos no final de outubro em Bruxelas, os chefes de Governo e de Estado da UE defenderam, nas conclusões da cimeira europeia, que “são necessários progressos decisivos, em coordenação com os parceiros, no que respeita à forma como quaisquer receitas extraordinárias detidas por entidades privadas que provenham diretamente dos bens imobilizados da Rússia poderão ser afetadas ao apoio à Ucrânia e à recuperação e reconstrução do país”.
Na agenda de hoje dos chefes da diplomacia da UE está também um eventual desbloqueio sobre uma oitava ‘tranche’ do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, um pacote que visa ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa, mas que continua a ser bloqueado pela Hungria, numa ação de Budapeste para contestar a inclusão do banco húngaro OTP na “lista negra” de patrocinadores da guerra.
Além deste conflito, em discussão entre os 27 estará também um outro, o entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, considerado como terrorista pela UE, após a Casa Branca ter anunciado que Telavive concordou em implementar pausas humanitárias diárias de quatro horas nos seus ataques no norte da Faixa de Gaza.
Em 07 de outubro, o Hamas – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que já entrou no 38.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, cerca de 28.000 feridos, cerca de 2.500 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.