Chefes da diplomacia da UE reunidos em Bruxelas para discutir posição sobre duas guerras

Os chefes da diplomacia da União Europeia reúnem-se hoje para discutir a guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e o conflito entre Israel e Hamas, numa altura em que a Comissão Europeia prepara novas sanções à Rússia.

© Facebook Josep Borrell

A poucos dias de o executivo comunitário apresentar um novo pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, que deve abranger limites à exportação dos diamantes russos, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) vão então hoje discutir a situação na Ucrânia, contando com uma intervenção por videoconferência do chefe da diplomacia ucraniano, Dmytro Kuleba.

Para sexta-feira, está prevista a divulgação de novo pacote de sanções da União Europeia à Rússia, o 12.º, que abrangerá os diamantes russos, importantes para a economia do país já que a sua exportação (principalmente para países europeus como Bélgica) vale quase cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros).

Ao mesmo tempo, Bruxelas está a preparar uma proposta jurídica sem precedentes para utilizar os lucros gerados pelos bens estatais russos congelados na UE para a reconstrução da Ucrânia.

Reunidos no final de outubro em Bruxelas, os chefes de Governo e de Estado da UE defenderam, nas conclusões da cimeira europeia, que “são necessários progressos decisivos, em coordenação com os parceiros, no que respeita à forma como quaisquer receitas extraordinárias detidas por entidades privadas que provenham diretamente dos bens imobilizados da Rússia poderão ser afetadas ao apoio à Ucrânia e à recuperação e reconstrução do país”.

Na agenda de hoje dos chefes da diplomacia da UE está também um eventual desbloqueio sobre uma oitava ‘tranche’ do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, um pacote que visa ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa, mas que continua a ser bloqueado pela Hungria, numa ação de Budapeste para contestar a inclusão do banco húngaro OTP na “lista negra” de patrocinadores da guerra.

Além deste conflito, em discussão entre os 27 estará também um outro, o entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, considerado como terrorista pela UE, após a Casa Branca ter anunciado que Telavive concordou em implementar pausas humanitárias diárias de quatro horas nos seus ataques no norte da Faixa de Gaza.

Em 07 de outubro, o Hamas – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que já entrou no 38.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, cerca de 28.000 feridos, cerca de 2.500 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.

Últimas de Política Internacional

Olaf Scholz foi escolhido por unanimidade como o candidato primeiro-ministro do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, anunciou hoje o partido.
A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev vai encerrar depois de ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, após Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo.
O parlamento ucraniano aprovou hoje o orçamento para 2025, no qual 60% da despesa (50 mil milhões de euros) serão consagrados à defesa e à segurança nacional, para combater a invasão russa e suas consequências, anunciou o Governo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance.
Os ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE) reúnem-se hoje, em Bruxelas, com um primeiro debate sobre as possibilidades de pesca para 2025 na agenda.