Parlamento britânico aprova nova legislação para deportar imigrantes para o Ruanda

Uma nova proposta de lei para deportar imigrantes ilegais do Reino Unido para o Ruanda foi hoje aprovada na generalidade no parlamento britânico, evitando uma derrota do Governo por deputados do próprio partido Conservador. 

© facebook.com/rishisunak

 

A rebelião da ala direita do partido liderado pelo primeiro-ministro, Rishi Sunak, acabou por não derrubar o texto, que passou com 313 votos a favor e 269 contra.

O risco de uma derrota foi considerado tão grande que o secretário de Estado responsável pelas alterações climáticas, Graham Stewart, regressou a Londres da cimeira COP28 a decorrer no Dubai, para votar, devendo regressar aos Emirados Árabes Unidos para participar nas negociações finais.

As manobras para tentar demover os potenciais “rebeldes” de votarem contra a proposta de lei começaram de manhã cedo, com um pequeno-almoço pelas 07:30 a convite de Sunak na residência oficial, em Downing Street.

A legislação segue agora para o debate na especialidade e depois será analisada na Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento, onde pode ser sujeita a emendas, antes de ser promulgada.

A proposta de lei pretende relançar o plano do Governo de deportar imigrantes ilegais para o Ruanda, que foi rejeitado pelo Tribunal Supremo no mês passado devido a preocupações com a segurança daqueles.

Respondendo às questões levantadas pelos juízes, o texto estipula que o Ruanda é um país seguro, derroga a aplicação de parte da Lei dos Direitos Humanos britânica nesta matéria e dá ao Governo a última palavra sobre eventuais intervenções do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).

Mas o antigo secretário de Estado do Interior Robert Jenrick, que se demitiu na semana passada insatisfeito com o formato da legislação, explicou que, na sua opinião, existem “duas grandes falhas” na legislação proposta.

Em primeiro lugar, disse, não é suficiente para impedir que sejam apresentados recursos individuais pelos migrantes aos tribunais britânicos para impedir a deportação e, em segundo lugar, afirmou que é “inevitável” que o TEDH intervenha para parar as deportações.

Em junho de 2022, o primeiro voo que deveria ter transportado um primeiro grupo de migrantes para Kigali foi cancelado à última hora, após uma providência cautelar do tribunal de Estrasburgo.

O Governo britânico quer usar esta legislação sobretudo para dissuadir imigrantes ilegais de atravessarem em embarcações frágeis o Canal da Mancha para pedirem asilo no Reino Unido.

Cerca de 29.700 pessoas chegaram este ano ao país por esta via, em comparação com 45.700 em 2022, um declínio que o Governo atribui ao endurecimento da sua política para combater a imigração.

Últimas de Política Internacional

Olaf Scholz foi escolhido por unanimidade como o candidato primeiro-ministro do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, anunciou hoje o partido.
A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev vai encerrar depois de ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, após Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo.
O parlamento ucraniano aprovou hoje o orçamento para 2025, no qual 60% da despesa (50 mil milhões de euros) serão consagrados à defesa e à segurança nacional, para combater a invasão russa e suas consequências, anunciou o Governo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance.
Os ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE) reúnem-se hoje, em Bruxelas, com um primeiro debate sobre as possibilidades de pesca para 2025 na agenda.