Em declarações aos jornalistas à entrada do 18.º Conselho Nacional do CHEGA, em Lisboa, André Ventura sublinhou que “foi preciso que o CHEGA tivesse feito esta enorme pressão sobre o Governo para que o Governo tivesse tomado a decisão que parecia evidente” de aplicar já as novas tabelas de retenção na fonte.
“O Governo cumpriu aquilo que o parlamento, legitimamente, porque é uma matéria fiscal, decidiu. E portanto é nesse sentido que eu registo que foi uma decisão tomada acertadamente e fico feliz pelo CHEGA ter contribuído para que esta decisão seja uma realidade já em setembro para a maioria dos portugueses”, acrescentou.
André Ventura afirmou ainda que não se arrepende da conferência de imprensa realizada esta manhã na qual pressionou o Governo a aplicar as novas tabelas de retenção na fonte já em agosto.
O líder do CHEGA afirmou também, sobre se as medidas para as forças armadas apresentadas hoje em conselho de ministros aproximavam o CHEGA do Governo nas negociações orçamentais, que “há todo um caminho que ainda precisa de ser feito” e que o “Governo já sabe quais são as prioridades do CHEGA”.
“Isso ficou claro desde o primeiro dia, estamos a abordar o assunto e a negociar de forma franca, aberta, e o que esperamos é passos também concretos e significativos”, disse.
Ventura explicou que “se houver essa franqueza, se houver essa lealdade e se houver essa boa fé do Governo” há “caminho para andar”, mas que o partido hoje não está “nem mais perto, nem mais longe da aprovação do orçamento”.
O Governo vai aprovar novas tabelas de retenção na fonte que refletirão a redução de taxas do IRS, após a promulgação do diploma pelo Presidente da República, para entrar vigor em setembro e com retroativos.
“Na sequência da promulgação do Decreto da AR n.º 7/XVI, pelo Senhor Presidente da República, que altera a tabela de taxas do IRS, o Governo irá aprovar novas tabelas de retenção na fonte que refletirão a redução de taxas do IRS”, indica o Ministério das Finanças em comunicado enviado hoje.
O presidente do CHEGA pediu ao início desta tarde – ainda antes do anúncio do executivo – ao Governo para implementar novas tabelas de retenção de IRS até agosto e acusou o primeiro-ministro de querer “criar confusão” com esta matéria levando-a para as negociações orçamentais de outubro.