Discussão da moção de censura do CHEGA ao Governo da Madeira foi adiada

A reunião da Conferência de Representantes dos Partidos da Assembleia Legislativa marcada para hoje para agendar a discussão da moção de censura ao Governo Regional apresentada pelo CHEGA foi adiada para terça-feira, informou o parlamento.

© Folha Nacional

Na nota divulgada, a Assembleia Regional adianta que o adiamento se deve à “introdução na ordem de trabalhos do levantamento da imunidade parlamentar dos secretários regionais das Finanças; Saúde e Proteção Civil; Equipamentos e Infraestruturas; bem como da Economia Turismo e Cultura”.

Para este efeito, é referido, a Comissão de Regimento e Mandatos realiza-se às 11:00 de terça-feira, seguindo-se, às 14:00, a Conferência de Representantes.

Na passada quarta-feira, o presidente e líder parlamentar do CHEGA/Madeira, Miguel Castro, anunciou que a estrutura entregou no parlamento madeirense uma moção de censura ao Governo Regional, do PSD.

Miguel Castro justificou a decisão com as investigações judiciais que envolvem o presidente do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, tendo todos sido constituídos arguidos.

“Achamos que neste momento o governo liderado por Miguel Albuquerque e Miguel Albuquerque não têm condições para liderar a Região Autónoma da Madeira”, referiu, admitindo retirar a moção se for apresentada uma outra solução para o executivo.

Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação, entre outros. Em causa estão alegados favorecimentos de empresários pelo poder público, em troca de contrapartidas.

O social-democrata, líder do Governo Regional desde 2015, acabou por se demitir – depois de o PAN retirar o apoio que permitia à coligação PSD/CDS-PP governar com maioria absoluta -, mas venceu as eleições antecipadas de maio.

Num acordo pós-eleitoral, PSD (com 19 eleitos) e CDS-PP (dois) não conseguiram os 24 assentos necessários a uma maioria absoluta, tendo a abstenção de três deputados do CHEGA permitido a aprovação do Orçamento da Madeira para 2024.

O parlamento é ainda composto por 11 eleitos do PS, nove do JPP, quatro do CHEGA, um da IL e um do PAN.

Os sociais-democratas deixaram de ter neste mandato, pela primeira vez em tempo de democracia e autonomia, maioria absoluta na Assembleia Legislativa. No mandato anterior, o apoio parlamentar do PAN permitia ao PSD e ao CDS-PP (que tinha concorrido já coligados) governar o arquipélago com essa vantagem.

Em setembro, os secretários regionais das Finanças (Rogério Gouveia), Saúde e Proteção Civil (Pedro Ramos) e Equipamentos e Infraestruturas (Pedro Fino) foram constituídos arguidos no âmbito da operação “AB INITIO”, sobre suspeitas de criminalidade económica e financeira.

Na semana passada foi conhecido um outro processo que envolve o secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, também constituído arguido.

Miguel Albuquerque já declarou publicamente que não se demite e que o partido que lidera na região, o PSD, está pronto para todos os cenários, incluindo o de eleições legislativas regionais antecipadas.

Por seu turno, o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, assegurou no sábado, após a reunião da comissão política regional do partido, que os deputados socialistas vão votar a favor da moção de censura. Também a estrutura da IL/Madeira, através do seu responsável, Gonçalo Maia Camelo, adiantou que vai ser essa a indicação de voto do seu deputado único.

O JPP, partido que tem nove representantes e pode decidir a votação, indicou que vai tomar a sua posição no próximo domingo após reunir-se com os militantes e as estruturas desta força política, o mesmo acontecendo com o PAN.

Últimas de Política Nacional

André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.
O Governo carrega no ISP e trava a fundo na queda que estava prevista no preço dos combustíveis. A promessa estala, a confiança vacila e Montenegro enfrenta a primeira fissura séria na sua credibilidade fiscal.
Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.