Aliados europeus de Kiev olham com desconfiança para proposta russa

Os aliados europeus da Ucrânia exigiram hoje, numa reação de desconfiança à proposta de Moscovo para retomar as negociações com Kiev, que quaisquer conversações sejam precedidas por um cessar-fogo duradouro.

© Facebook de Volodymyr Zelensky

“O Presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky continua empenhado e sem impor condições. Agora, esperamos uma resposta igualmente clara” da parte da Rússia, afirmou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que visitou Kiev, no sábado, com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e os primeiros-ministros britânico, Keir Starmer, e polaco, Donald Tusk.

“Não pode haver negociações enquanto as armas estiverem em jogo”, acrescentou.

Uma posição com a qual Donald Tusk concordou, sublinhando a necessidade de Moscovo apresentar “uma decisão clara sobre um cessar-fogo imediato e incondicional”.

“A Ucrânia está pronta”, garantiu, numa declaração publicada nas redes sociais.

Por sua vez, o chanceler alemão lembrou, em Berlim, que “primeiro as armas devem ser silenciadas [e só] depois podem começar as negociações”.

Embora tenha admitido à agência de notícias alemã DPA que a “vontade de dialogar” é, “em princípio, um bom sinal” da parte da presidência russa (Kremlin), considerou que “isso não é, de modo algum, suficiente”.

O Presidente russo, Vladimir Putin, propôs hoje negociações “diretas e sem condições prévias” entre a Rússia e a Ucrânia a 15 de maio em Istambul, adiando até lá a hipótese de um cessar-fogo.

“A Rússia está pronta para negociações sem condições prévias. Propomos que comecem na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul”, afirmou Putin em declarações à imprensa, precisando que falará nas próximas horas com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Acrescentou ainda que estas conversações deverão centrar-se nas “causas profundas do conflito” em curso há mais de três anos – desde que a Rússia invadiu a vizinha Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022 -, mas “não excluiu” que possam permitir instaurar “um novo cessar-fogo”.

A proposta da Rússia foi apresentada algumas horas depois de a Ucrânia e os aliados europeus terem exigido a Moscovo que concorde com um cessar-fogo total e incondicional durante pelo menos 30 dias a partir de segunda-feira, sob pena de enfrentar novas sanções económicas.

Esta exigência surgiu na sequencia de uma reunião realizada no sábado em Kiev entre os chefes de Estado e de Governo da Ucrânia, França, Alemanha, Reino Unido e Polónia, a chamada “coligação dos dispostos”, à qual se seguiu uma conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos.

Na conversa, Donald Trump apoiou a ideia de um cessar-fogo duradouro, apesar de não o ter mencionado numa mensagem inicial enviada a Putin.

Trump limitou-se a dizer que este é “um dia potencialmente importante para a Rússia e a Ucrânia” e que “centenas de milhares de vidas podem ser salvas” se este “banho de sangue” chegar ao fim.

Entretanto, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, informou hoje Putin sobre a sua total disponibilidade para acolher possíveis negociações diretas com Kiev e pediu que se aproveite o que descreveu como um “ponto de viragem histórico” para pôr fim ao conflito.

“Devemos aproveitar esta oportunidade e a Turquia está pronta para prestar todo o tipo de apoio, incluindo negociações, para alcançar um cessar-fogo e uma paz duradoura”, assegurou Erdogan numa conversa telefónica com Putin e depois com Macron.

A Turquia já acolheu uma primeira tentativa falhada de negociações entre Kiev e Moscovo, em 2022, tendo Putin proposto retomar o mesmo formato a 15 de maio.

Últimas do Mundo

A Comissão Europeia quer a União Europeia (UE) ligada por linhas ferroviárias de alta velocidade até 2040, incluindo a ligação entre Lisboa e Madrid, e criar um único bilhete intermodal para combinar diferentes empresas e modos de transporte.
Cerca de 120 mil pessoas permanecem abrigadas em centros de evacuação ou com familiares em Cuba, após a passagem do furacão Melissa pela costa leste da ilha, na quarta-feira passada, segundo dados preliminares.
Um britânico de 32 anos foi esta segunda-feira, 3 de novembro, acusado por tentativa de homicídio durante um ataque num comboio no sábado que resultou em 11 feridos, um dos quais continua em estado grave, anunciou a polícia.
A rede social LinkedIn começou esta segunda-feira a usar dados dos utilizadores para treinar o seu modelo de inteligência artificial (IA), mas existem medidas para impedir essa recolha, incluindo um formulário e a desativação nas definições de privacidade da plataforma.
O presidente do governo da região espanhola de Valência, Carlos Mazón, demitiu-se hoje do cargo, reconhecendo erros na gestão das cheias que mataram 229 pessoas em 29 de outubro de 2024.
Os países da OCDE, como Portugal, receberam, nos últimos 25 anos, mais de metade de todos os migrantes internacionais do mundo, avança um relatório hoje divulgado.
Um em cada cinco médicos e enfermeiros a trabalhar nos sistemas de saúde dos 38 países-membros da OCDE, como Portugal, é migrante, avança um relatório hoje divulgado pela organização.
Uma em cada três empresas alemãs prevê cortar postos de trabalho em 2026, segundo a sondagem de expetativas de outono apresentada hoje pelo Instituto da Economia, próximo do patronato germânico.
Mais de 50 pessoas morreram devido à passagem do furacão Melissa na região das Caraíbas, principalmente no Haiti e na Jamaica, onde as equipas de resgate esforçam-se por chegar às áreas mais afetadas e isoladas.
O elevado custo de vida e a segurança estão no topo das preocupações de vários jovens portugueses a viver em Nova Iorque, que não poderão votar na eleição para 'mayor', mas que serão afetados pela decisão dos eleitores.