Sindicato de médicos pede medidas para ultrapassar falhas nas urgências obstétricas

O Sindicato Independente dos Médicos alertou hoje para as falhas no acesso às urgências obstétricas na região de Lisboa e pediu medidas que evitem percursos prolongados ou tempos de espera "incompatíveis com a segurança clínica das utentes.

© D.R.

O alerta do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) surge na sequência de um caso noticiado na quinta-feira pela RTP de uma grávida de 31 semanas, em situação de risco, que perdeu o bebé depois de ter sido encaminhada para um hospital a mais de uma hora de distância da zona de residência

Numa nota enviada à agência Lusa, o SIM lamenta, “mais uma vez, as fragilidades na região de Lisboa na área da Ginecologia e Obstetrícia, particularmente no que respeita ao acesso rápido e seguro aos serviços de urgência diferenciados, essenciais em situações de risco”.

Adianta que tem vindo, “de forma construtiva e responsável”, a apresentar propostas para minimizar o impacto destas falhas e garantir o aumento efetivo das equipas médicas, nomeadamente “o reforço da capacidade de planeamento e articulação entre instituições”, para evitar que “utentes sejam sujeitos a percursos prolongados ou a tempos de espera incompatíveis com a segurança clínica”.

“Caso a opção passe por urgências metropolitanas, as mesmas devem ter incentivos financeiros majorados e condições de trabalho que permitam fixar médicos nas equipas de urgência, assegurando a experiência e a estabilidade necessárias”, defende também.

Para o sindicato, é preciso garantir equidade de pagamento aos médicos “da casa” face aos valores muito superiores pagos a prestadores externos, assim como a criação de mecanismos que permitam a mobilidade voluntária de médicos para reforçar temporariamente serviços em rotura, com a devida compensação e salvaguardando a segurança dos profissionais.

“A reformulação do atual regime de vagas carenciadas, propondo a transição para um modelo baseado em serviços carenciados”, é outra proposta, defendendo que, neste modelo, um serviço seria considerado carenciado até atingir uma percentagem a definir das suas necessidades, sendo os médicos que nele exercem devidamente valorizados.

Segundo o sindicato, esta abordagem permitiria criar “incentivos reais” à fixação e à permanência de médicos em zonas e serviços com maior carência, reconhecendo que as necessidades variam significativamente entre especialidades, hospitais e regiões.

“Para situações excecionais, é necessário respostas excecionais, não coercivas mas sim positivas e construtivas que assegurem não só o presente mas também o futuro”, defende.

Segundo a RTP, a grávida, do Barreiro, terá ligado para a linha Saúde 24, sem sucesso, e acabou por ligar para o 112, sendo acionados os bombeiros locais.

Acabou por ser transportada para Cascais porque as urgências do Hospital S. Bernardo, em Setúbal, que deveriam estar abertas, encerraram por sobrelotação, uma situação que já foi negada pelo Ministério da Saúde (MS).

“Não corresponde à verdade, como tem sido noticiado, que tenha sido recusada a assistência à grávida, por motivo de encerramento dos serviços de urgências de obstetrícia da Península de Setúbal”, assegurou em comunicado o MS, acrescentando que “a utente teve acompanhamento diferenciado de um médico” da Viatura Médica de Emergência e Reanimação no percurso entre o Barreiro e o Hospital de Cascais.

Segundo o Ministério, dado que era uma gravidez de 31 semanas, pré-termo, houve necessidade de encaminhar a utente para um hospital com apoio perinatal diferenciado (neonatologia).

Este foi o segundo caso em poucos dias de uma grávida que perdeu o bebé depois de procurar uma resposta de urgência.

Últimas do País

A Guarda Nacional Republicana (GNR) e o município da Batalha assinaram hoje um protocolo para a instalação de 23 câmaras de videovigilância naquele concelho do distrito de Leiria, sendo o próximo passo a autorização da tutela.
O Sindicato Independente dos Médicos alertou hoje para as falhas no acesso às urgências obstétricas na região de Lisboa e pediu medidas que evitem percursos prolongados ou tempos de espera "incompatíveis com a segurança clínica das utentes.
O procurador-geral do estado do Rio de Janeiro afirmou hoje à Lusa que a organização criminosa Comando Vermelho (CV) já se estabeleceu em Portugal, ainda que num estado embrionário.
Pelo menos 12 voos foram cancelados hoje no Aeroporto Internacional da Madeira, entre chegadas e partidas, e um divergiu devido ao vento forte na zona leste da ilha, situação que está condicionar a operação já desde segunda-feira.
A proposta do Governo que reduz as taxas do IRS este ano em 500 milhões de euros foi hoje aprovada no parlamento com os votos a favor do PSD, CDS-PP, CHEGA, IL, PAN e JPP, e a abstenção do PS.
O bastonário da Ordem dos Médicos classificou hoje a morte do bebé de uma grávida que teve dificuldades em obter assistência hospitalar como “mais um caso trágico” que reflete “uma grande desorganização” no SNS.
O Procurador-Geral da República disse hoje que as suas declarações foram mal interpretadas, que nunca disse que José Sócrates tinha de provar a sua inocência, mas sim que o julgamento é o local próprio para a prova de inocência.
Sete urgências vão estar encerradas no sábado e oito no domingo, sendo uma de Pediatria e as restantes de Ginecologia e Obstetrícia, indica o Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) consultado pela Lusa às 12:00 de hoje.
A Federação Nacional dos Médicos considerou hoje inaceitável o novo caso da grávida que perdeu o bebé depois de encaminhada para um hospital a mais de uma hora de distância e disse que marca "um ponto de rutura".
A Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, no Funchal, vai implementar o curso profissional de técnico de bombeiro no ano letivo 2025/2026, no âmbito de uma parceria com o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC), foi hoje anunciado.