O julgamento do processo Operação Marquês foi suspenso esta terça-feira pelo menos até 4 de dezembro, atendendo à pretensão manifestada pelo antigo primeiro-ministro José Sócrates de designar um novo advogado, decidiu a juíza-presidente.
No despacho proferido em sala de audiência, Susana Seca determinou ainda o fim do mandato do advogado oficioso que tinha sido nomeado para representar José Sócrates após a renúncia, em 04 de novembro, do mandatário que acompanhava o ex-governante desde a sua detenção em novembro de 2014, Pedro Delille.
O antigo primeiro-ministro e principal arguido no processo Operação Marquês tinha pedido à juíza do caso para acabar com o que chama de “degradante espetáculo” de ter um advogado que não escolheu.
Na sequência da renúncia do seu advogado, Pedro Delille, o tribunal ordenou a nomeação de um advogado oficioso para assegurar a defesa do ex-governante.
Pedro Delille renunciou ao mandato de defensor do antigo primeiro-ministro no julgamento da Operação Marquês, reclamando da atitude da juíza por “ofender” a sua dignidade profissional.
José Sócrates, de 68 anos, está pronunciado (acusado após instrução) de 22 crimes, incluindo três de corrupção, por ter, alegadamente, recebido dinheiro para beneficiar em dossiês distintos o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e o “resort” algarvio de Vale do Lobo.
No total, o processo conta com 21 arguidos, que têm, em geral, negado a prática dos 117 crimes económico-financeiros que lhe são imputados.
O julgamento decorre desde 03 de julho e tem sessões agendadas pelo menos até 18 de dezembro de 2025.