Aumento da violência de traficantes contra autoridades preocupa diretor da PJ

O diretor nacional da PJ mostrou-se hoje preocupado com o aumento da violência dos traficantes de droga contra as autoridades, notando que as redes de tráfico por via marítima já usam armas de calibre de guerra.

© Facebook da PJ

“As organizações criminosas estão cada vez mais sofisticadas e, não raras vezes, reativas à violência, à atuação das autoridades. A Guarda Nacional Republicana, nos últimos dois meses, foi confrontada com a utilização de armas de calibre de guerra, com AK 47”, sublinhou Luís Neves.

Aquele responsável, que falava na abertura da conferência “Tráfico de Estupefacientes por Via Marítima – As Narcolanchas”, aproveitou a ocasião para homenagear o militar da GNR morto no final de outubro em serviço no Algarve, não por arma de fogo, mas após uma colisão com uma lancha rápida no Rio Guadiana.

De acordo com o diretor nacional da PJ, durante muitos anos, os elementos destas redes só utilizavam armas de fogo contra os grupos rivais “que conseguiam ficar na posse da droga uns dos outros”, mas, atualmente, “perdeu-se o respeito pela autoridade” e os próprios agentes de segurança são também vítimas.

Segundo Luís Neves, do ponto de vista operacional, estas organizações utilizam embarcações aparentemente legítimas – e também submergíveis e semi-submergíveis -, apoiadas em alto mar por lanchas de grande velocidade que fazem depois o desembarque no continente.

“Há muito pouco tempo, com o apoio da Marinha e com o apoio da Força Aérea, a quase 300 a 400 milhas, conseguimos localizar uma destas embarcações e apreender quase duas toneladas de cocaína, sendo certo que nas suas redondezas já existiam várias lanchas rápidas”, exemplificou.

De acordo com o responsável, o cenário agora é diferente de há uns anos e as lanchas já não constituem um meio de transporte do norte de África para a Europa: “Já vão a centenas de milhas com combustível, com jerricãs, levam para lá combustível e trazem, para o território europeu, droga”, indicou.

Luís Neves referiu, ainda, que atualmente existe uma “macro máfia” no centro e norte da Europa e organizações sediadas sobretudo na Suécia que “aportam elevados níveis de crime”, na sua maioria, de criminalidade violenta.

“[…] Falamos de homicídios, de raptos, de utilização de armas de calibre de guerra. Nos últimos anos temos vários homicídios consumados e tentados em Portugal, cometidos por sicários vindos do norte da Europa para aqui fazerem ajustes de contas porque a droga não foi entregue ao seu proprietário”.

Relativamente a apreensões de droga, Luís Neves indicou que no ano passado foram apreendidas 23 toneladas de cocaína e sete toneladas de haxixe, para além de centenas de milhares de peças de ecstasy.

“Até ao momento, foram apreendidas, este ano, 14 toneladas de cocaína e centenas de indivíduos presos com património e vantagens de lucro apreendidas, através do Gabinete de Recuperação de Ativos”, referiu, acrescentando que em 2024 foram apreendidos mais de sete milhões e meio de euros destes valores.

A conferência que hoje decorre na Diretoria do Sul da PJ, em Faro, conta com a participação de diversas entidades nacionais e internacionais, tendo como objetivo a definição de estratégias para uma atuação mais eficaz das autoridades na prevenção e repressão do fenómeno.

Últimas do País

A GNR identificou, em nove dias, mais de 560 condutores, e desses deteve mais de 320, por conduzirem com excesso de álcool, no âmbito da sua operação de Natal e Ano Novo, foi hoje divulgado.
O presépio da Associação Cultural e Recreativa Os Palheiros, em Ílhavo, no distrito de Aveiro, ficou sem iluminação durante a noite em consequência do furto das luzes e da respetiva extensão elétrica. Os dois furtos representam um prejuízo superior a 600 euros para a associação.
Duas pessoas foram realojadas no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sequência de danos no telhado de uma habitação, devido ao mau tempo, nos Açores, que já provocou 11 ocorrências, adiantou a Proteção Civil.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentaram hoje tempos de espera de mais de 12 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O tempo médio de espera nas urgências hospitalares é hoje de quase três horas para doentes urgentes e de 49 minutos para casos muito urgentes, de acordo com informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A PSP registou, em 24 horas, 106 acidentes, dos quais resultaram dois feridos graves e 38 ligeiros, no âmbito da segunda fase da Operação Polícia Sempre Presente – Festas em Segurança, foi hoje divulgado.
A operação de Natal da PSP e GNR registou 15 vítimas mortais e 1.444 feridos, dos quais 89 em estado grave, na sequência de 4.847 acidentes de viação ocorridos entre 18 e 26 de dezembro.
Os distritos de Guarda e Castelo Branco vão estar sob aviso amarelo durante a noite devido à queda de neve, enquanto Faro tem o mesmo alerta para a tarde de hoje, mas devido à previsão de forte precipitação.
A Urgência Pediátrica do hospital de Évora está hoje a funcionar com equipa incompleta, o que pode provocar "tempos de espera mais elevados" para doentes sem referenciação, divulgou a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC).
Cerca de 6.200 vítimas de violência doméstica têm atualmente teleassistência, conhecida como 'botão de pânico', indicou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que em 2026 assume a responsabilidade plena pelo sistema.