Rússia diz ter abatido míssil de longo alcance fornecido pelos EUA a Kyiv

©D.R.

A Rússia anunciou hoje ter abatido um míssil norte-americano de longo alcance GLSDB, situação que Moscovo encarou como a primeira confirmação da entrega deste armamento à Ucrânia que o considera crucial para desencadear a sua próxima contraofensiva.
AUcrânia não forneceu qualquer indicação sobre a entrega destes engenhos por Washington.

O anúncio russo ocorre um dia após a confirmação da entrega de blindados britânicos, norte-americanos e alemães às forças ucranianas, veículos que Kiev considera essenciais para concretizar as suas ambições de reconquista militar.

“A defesa antiaérea (…) abateu 18 foguetes do sistema Himars e um míssil teleguiado GLSDB”, indicou o Ministério da Defesa russo, num comunicado, numa referência a estes engenhos teleguiados com um alcance de até 150 quilómetros, prometidos pelos Estados Unidos a Kiev no início de fevereiro.

Os GLSDB (“Ground Launched Small Diameter Bomb”) são engenhos de pequeno diâmetro e de alta precisão fabricados pela Boeing (norte-americana) e pela Saab (sueca).

Podem deslocar-se até 150 quilómetros e ameaçar as posições russas, em particular os depósitos de munições, localizados longe da linha da frente.

“A precisão dos GLSDB é tão elevada que na sua trajetória podem atingir o pneu de uma viatura”, afirma a Saab na sua página na Internet.

A Ucrânia insistiu na necessidade de utilizar estas munições para destruir as linhas de abastecimento russas e compensar desta forma o seu défice em homens e munições, na perspetiva da sua contraofensiva para repelir as forças de Moscovo que ocupam uma vasta área do sul e leste da Ucrânia.

A entrega ao exército ucraniano em junho de 2022 dos sistemas de lança-foguetes móveis de alta precisão Himars, com munições com um alcance de 80 quilómetros, permitiu à Ucrânia fustigar a retaguarda do exército russo e concretizar as contraofensivas no sul e nordeste do país entre setembro e novembro.

Em resposta à ameaça dos Himars, as forças russas recuaram as suas linhas de abastecimento, afastando designadamente da frente as suas reservas de munições.

Os ocidentais manifestaram de início reticências em fornecer sistemas de maior alcance, por recearem que atingissem território russo e provocassem uma escalada.

Por sua vez, Kiev prometeu em diversas ocasiões que apenas seriam atingidos alvos em território ocupado.

Face às campanhas de ataques massivos lançados nos últimos meses sobre cidades e infraestruturas ucranianas, os Estados Unidos anunciaram finalmente em 03 de fevereiro que iriam fornecer os GLSDB à Ucrânia.

No entanto, o calendário de entrega não foi anunciado, com diversas fontes a indicarem que seriam necessários vários meses.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser frequentemente confirmadas de forma independente.

Últimas do Mundo

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, apresentou hoje a demissão ao parlamento, um dia depois de o Presidente ucraniano ter confirmado Yulia Svyrydenko como candidata ao cargo.
O naufrágio terá ocorrido na segunda-feira por volta das 11h00 locais enquanto a embarcação se encontrava perto das ilhas Mentawai. Sete passageiros, dos 18 que estavam no barco, já foram encontrados.
A operacionalização do primeiro centro está prevista para 2026. A Meta vai investir "centenas de milhares de dólares" em computação.
A Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) anunciou hoje que está em contacto com as autoridades portuguesas e que vai investigar o naufrágio que envolveu um barco de patrulha costeira da Polícia Marítima portuguesa.
O Presidente da China, Xi Jinping, pediu hoje, em Pequim, “apoio mútuo” ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que apelidou de “velho amigo do povo chinês”, segundo a agência russa Sputnik.
O mundo avança a um ritmo insuficiente para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, concluiu um relatório da ONU hoje divulgado, mostrando que apenas 35% das metas registaram progressos moderados.
A ONU considera "altamente improvável" erradicar a pobreza extrema até 2030 devido à lenta recuperação dos impactos da pandemia da covid-19, à instabilidade económica, aos choques climáticos e ao crescimento lento na África Subsaariana, segundo um relatório hoje divulgado.
A OpenAI está a adiar o lançamento do seu próximo modelo de Inteligência Artificial (IA) de código aberto devido à necessidade de testes de segurança adicionais e de "revisão de áreas de alto risco".
Torre Pacheco, em Múrcia, viveu três noites de tensão após a agressão violenta a um idoso de 68 anos por dois jovens imigrantes. O vídeo do ataque tornou-se viral e gerou uma onda de protestos e distúrbios na cidade. O reforço policial evitou novos confrontos no fim de semana.
Mais de dois mil sismos atingiram um grupo de pequenas ilhas no sudoeste do Japão em pouco mais de três semanas, indicou, esta segunda-feira, a Agência Meteorológica do Japão.