O Santander Totta tinha no final de março menos 44 trabalhadores e 10 agências do que no mesmo mês do ano passado, segundo os resultados do primeiro trimestre hoje divulgados pelo banco.
Em março deste ano, o Santander tinha 4.677 colaboradores em Portugal, contra 4.721 em março de 2022, e contava com 334 agências, face a 344 no final do primeiro trimestre do ano passado.
Segundo os dados hoje divulgados, o lucro do Santander Totta aumentou 19,6%, para 185,9 milhões de euros, de janeiro a março em termos homólogos, num trimestre marcado pela subida das taxas de juro e pelo aumento da remuneração dos depósitos.
“Apesar do dinamismo da atividade de mobilização de balanço pelo Santander em Portugal durante os três primeiros meses do ano, num montante mensal muito superior a 1.500 milhões de euros, os volumes de negócio refletiram o novo contexto de taxas de juro elevadas, com a amortização antecipada de créditos”, refere a instituição bancária em comunicado.
Assim, de janeiro a março, o crédito a clientes ascendeu a 42.600 milhões de euros, uma redução de 2,2% face ao valor do mesmo período de 2022 que o banco diz ser “largamente explicada pela amortização antecipada de créditos a empresas”.
O crédito a particulares aumentou 1,8%, para 24.836 milhões de euros, com a carteira de crédito à habitação, no montante de 22.675 mil milhões de euros, a subir 1,8% e a de crédito ao consumo a crescer 4,7%, para 1.818 milhões.
No primeiro trimestre, os recursos de clientes do Santander em Portugal diminuíram 5,5%, somando 44.800 milhões de euros, traduzindo uma diminuição dos depósitos (-4,9%) “largamente associada à mencionada amortização antecipada de créditos”, assim como dos recursos fora de balanço (-8,4%), “ainda afetados pelo contexto nos mercados financeiros”, refere o Santander Totta.
O produto bancário ascendeu a 407,9 milhões de euros, um crescimento de 23,0% face ao final do primeiro trimestre de 2022, “impulsionado pela melhoria da margem financeira” (+38,1%, para 267,7 milhões de euros), enquanto as comissões líquidas “cresceram de forma mais moderada”, em 2,2%, para 121,7 milhões de euros.
Até março, os custos operacionais subiram 5,4%, para 127,6 milhões de euros, refletindo a atualização salarial implementada este ano (os custos com pessoal cresceram 4,8% face ao período homólogo) e o impacto da inflação sobre os gastos gerais e administrativos, que aumentaram em 8,3%.
“Contudo – nota o banco – os custos cresceram abaixo da inflação, traduzindo-se na continuação da tendência de redução, em termos reais”.
No período em análise, o resultado de exploração do Santander Totta aumentou 33,1% face ao período homólogo, para 280,4 milhões de euros, tendo o rácio de eficiência recuado em 5,2 pontos percentuais, para 31,3%, e o rácio CET1 (‘fully implemented’) diminuído 7,8 pontos percentuais, para 13,5%.
A margem financeira, no montante de 267,7 milhões de euros, aumentou 38,1% em termos homólogos.
Apesar das taxas de juro e de desemprego mais elevadas e do “complexo contexto económico”, o Santander Totta salienta que “a qualidade da carteira de crédito permanece inalterada”, com o rácio de NPE (crédito malparado) a situar-se em 2,1%, no final do trimestre, menos 0,2 pontos percentuais face período homólogo.