“No CriaJazz conseguimos, de vez em quando, outro tipo de abordagens ligadas ao jazz que não são muito comuns. Tentamos fazer uma programação contando com outras sonoridades que não só pura e simplesmente jazz”, explicou à agência Lusa o presidente de “O Nariz”, grupo de teatro que organiza o festival.
Na região de Leiria destacam-se diversos festivais e organizações em que o jazz marca presença. Por isso, o CriaJazz procura oferecer “outras vertentes ligadas ao jazz, com outra apresentação”.
“Este ano decidimos apostar em bandas com um número maior de músicos e que escapam um bocadinho ao chamado jazz tradicional. Acho que vai ser uma boa edição, tendo em conta as sonoridades e tendo em conta o público que queremos atingir e da forma como queremos atingir, levando isto um pouco mais para um lado festivo. Criterioso, mas mais festivo do que nas edições anteriores”, salientou Pedro Oliveira.
O festival arranca no sábado com o “BuFanfa”, espetáculo de rua da Nuvem Voadora que junta um bobo, “o bufão”, a um quinteto de metais. “É uma abordagem jazz com sonoridades de rua, com uma carga teatral que nos interessa também, porque nós somos um grupo de teatro”, lembrou o organizador.
“BuFanfa” é, segundo os Nuvem Voadora, uma fanfarra em que “os músicos incorporam os instrumentos que transportam e transforma-se num quadro vivo surrealista, com pitadas alegóricas de Hieronymus Bosch’s” e sai às ruas de Leiria a partir das 18:20 de sábado, ligando com música e animação a Praça Rodrigues Lobo ao Jardim Luís de Camões.
No domingo, a partir das 19:00, a segunda data de CriaJazz leva ao Castelo de Leiria R’B & Mr. SC, que tem “uma sonoridade um pouco teatral também”. O tubista Sérgio Carolino, um dos fundadores do projeto, excecionalmente estará de fora, sendo substituído pelo baixo elétrico de João Carlos Barbosa, que se junta aos trombones de Rúben da Luz e Rui Bandeira, à bateria de João Martins e à guitarra de Hugo Trindade.
Também no Castelo de Leiria, apresenta-se no dia 18 de agosto o Mbye Ebrima Quarteto, liderada pelo compositor, cantor e tocador de kora gambiano, que se faz acompanhar de músicos da Guiné-Bissau, Angola e Cabo Verde.
“Vai ser uma mistura entre jazz, músicas do mundo e música étnica numa festa de som em que as pessoas, simplesmente, não vão conseguir estar paradas”, concluiu Pedro Oliveira.