Detido congressista dos EUA George Santos por acusações criminais federais

© Facebook\DevolderSantosforCongress

O congressista norte-americano George Santos, o Republicano de Nova Iorque que se celebrizou por inventar parte da sua história de vida, foi hoje detido, na sequência de acusações criminais federais, antes de uma aguardada audiência em tribunal.

Espera-se que compareça pela primeira vez perante um tribunal federal em Long Island ainda hoje, altura em que as acusações de que é alvo deverão ser divulgadas.

Contactado na terça-feira pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), Santos, de 34 anos, origem brasileira e o primeiro Republicano eleito assumidamente `gay`, disse não ter conhecimento das acusações.

George Santos foi eleito para a Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos) nas eleições intercalares do outono passado, após uma campanha parcialmente assente em mentiras.

Disse às pessoas que era um abastado negociante de Wall Street de origem judaica, com uma substancial carteira de investimentos em imobiliário, e que tinha sido uma estrela do voleibol na universidade, entre outras coisas.

Na realidade, nunca trabalhou nas grandes empresas financeiras que afirmou terem-no contratado, não frequentou a universidade e enfrentou dificuldades financeiras antes de se candidatar ao Congresso — o que acabou por admitir, referindo-se às mentiras que inventou como “enfeites inofensivos” do seu currículo.

Também surgiram dúvidas quanto às suas finanças: nos registos regulamentares, Santos indicou ter emprestado à sua campanha e comissões de ação política relacionadas mais de 750 mil dólares (682 mil euros), mas não era claro como tão rapidamente acumulara tamanha fortuna, após anos em que se debateu com dificuldades para pagar a renda e enfrentou várias ações de despejo.

Numa declaração de rendimentos às finanças, Santos reportara ganhar anualmente 750 mil dólares (682 mil euros), além de lucros de uma empresa da família, a Devolder Organization. Posteriormente, descreveu esse negócio como um intermediário de venda de artigos de luxo, como iates e aviões.

A empresa foi fundada no Estado da Florida pouco depois de Santos ter deixado de trabalhar como vendedor para uma companhia acusada pelas autoridades federais de funcionar com base num ilegal esquema Ponzi.

Muitos dos representantes Republicanos eleitos pelo Estado de Nova Iorque instaram-no a demitir-se, depois de a sua história de mentiras ter sido descoberta, e alguns reiteraram as suas críticas em relação a ele à medida que alastravam as informações sobre o seu caso criminal.

“O George Santos devia ter-se demitido em dezembro. O George Santos devia ter-se demitido em janeiro. O George Santos devia ter-se demitido ontem (terça-feira). E talvez se demita hoje. Mas, mais cedo ou mais tarde, seja ou não essa a sua escolha, terá de enfrentar tanto a verdade como a justiça”, declarou o congressista Marc Molinaro, um Republicano que representa partes do norte do Estado de Nova Iorque.

O presidente da Câmara dos Representantes, o Republicano Kevin McCarthy, eleito pelo Estado da Califórnia, foi mais comedido, afirmando: “Acho que nos Estados Unidos se é inocente até prova em contrário”.

Santos já anteriormente tinha sido alvo de acusações criminais, a primeira vez das quais quando tinha 19 anos.

Nessa altura, esteve no centro de uma investigação criminal no Brasil, motivada por alegações de que usara cheques roubados para comprar roupas numa loja. As autoridades brasileiras indicaram que reabriram o caso.

Em 2017, foi acusado de roubo no Estado da Pensilvânia, depois de as autoridades afirmarem que gastara milhares de dólares, pagos com cheques fraudulentos, na compra de cachorros a criadores de cães de raça. Esse caso foi arquivado quando Santos alegou que o seu livro de cheques tinha sido roubado e que outra pessoa tinha comprado esses cães.

As autoridades federais norte-americanas têm estado a investigar em separado queixas sobre o trabalho de recolha de fundos realizado por Santos para um grupo que ajudava animais de estimação maltratados e abandonados. Um veterano de Nova Jérsia acusou-o de não entregar 3.000 dólares (2.734 euros) que tinha angariado para ajudar a pagar uma cirurgia de que o seu cão necessitava.

Últimas de Política Internacional

A Alemanha terá eleições antecipadas a 23 de fevereiro de 2024, de acordo com informações avançadas por vários meios de comunicação alemães, que citam fontes dos grupos parlamentares do Partido Social Democrata (SPD) e da União Democrata-cristã (CDU).
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, anunciou hoje uma sessão plenária extraordinária na próxima terça-feira em Bruxelas, para assinalar os 1.000 dias de guerra na Ucrânia causada pela invasão russa.
O vice-primeiro-ministro do Irão afirmou hoje que “o mundo espera” que o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, “acabe de imediato” com os conflitos no Médio Oriente, classificando os ataques israelitas como “terrorismo organizado”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre “a ameaça iraniana”, naquela que é já a terceira conversa entre ambos desde as eleições de 05 de novembro.
O governo valenciano recusou hoje demitir-se na sequência das críticas à resposta regional às inundações de 29 de outubro e prometeu focar-se na reconstrução, num momento em que o número de vítimas mortais subiu para 222.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu no Arizona, triunfando em todos os estados considerados decisivos na corrida à Casa Branca.
O presidente norte-americano, Joe Biden, vai receber Donald Trump, que lhe sucederá em janeiro na Casa Branca, na quarta-feira, às 16:00 locais, no Salão Oval, anunciou hoje a sua porta-voz Karine Jean-Pierre.
Pelo menos três mortos e 66 pessoas ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e a polícia na quinta-feira, oitavo dia das greves convocadas por Venâncio Mondlane, anunciou hoje o Hospital Central de Maputo (HCM), maior unidade do país.
Várias pessoas foram hoje detidas no centro de Maputo na sequência de pilhagens a lojas num centro comercial no centro de Maputo, palco de manifestações a contestar os resultados das eleições gerais.
O republicano será o 47.º presidente dos EUA e apenas o segundo na História do país a ser reeleito para um segundo mandato não consecutivo (não acontecia desde o século XIX).