Jorge Seguro Sanches renunciou à presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP. A notícia começou a circular, na quarta-feira ao final da manhã, pelos corredores da Assembleia da República e logo chegou aos meios de comunicação social.
À saída da conferência de líderes, que terminou pelas 14h00, o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, disse aos jornalistas não ter conhecimento do pedido de renúncia do deputado socialista.
Porém, a mesma foi formalizada pouco tempo depois através de uma nota distribuída no Parlamento na qual se lia que Jorge Seguro Sanches tomou a decisão de “renunciar à presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP”.
Na mesma nota, o Partido Socialista confirmou, não só a saída de Seguro Sanches, como logo informou qual seria o seu substituto: um ex-secretário de Estado da Saúde do anterior governo de António Costa.
“O Grupo Parlamentar do PS vai indicar ao Senhor Presidente da Assembleia da República o nome do Senhor Deputado António Lacerda Sales para presidir à Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, agradecendo desde já o sentido de serviço e de missão com que aceitou este desafio que agora lhe é proposto”, lê-se ainda.
Para o líder parlamentar do PSD, Miranda Sarmento, a saída de Seguro Sanches é “mais uma tentativa do PS de desvalorizar e obstaculizar o trabalho da comissão”.
Já para André Ventura, esta saída “mostra bem como é evidente que o Governo e o PS estão a tentar condicionar este dossiê, procurando encurtá-lo”.
Para o Presidente do CHEGA, o pedido de renúncia de Seguro Sanches “mostra como o PS está a tentar capturar e sequestrar essa comissão de inquérito” e, por isso, o líder do terceiro maior partido político português fez saber que irá pedir ao Presidente da Assembleia da República que desencadeie um inquérito “às pressões a que foi sujeito” o presidente da comissão de inquérito à TAP.
O deputado socialista António Lacerda Sales assumiu a presidência da comissão de inquérito à TAP logo na quarta-feira à tarde. Perante os deputados que compõem a comissão de inquérito, o novo presidente disse que procurará o “consenso com todos os grupos parlamentares”, desejando “respeito e seriedade” no decorrer dos trabalhos.
Começando por agradecer o empenho de Seguro Sanches, António Lacerda Sales disse ter “noção da responsabilidade que esta função representa” e, por isso, promete fazê-lo de “uma forma isenta, transparente e imparcial para que seja alcançada toda a verdade” sobre a gestão política da TAP.
O novo presidente assegurou que vai procurar “trabalhar em consenso com todos os grupos parlamentares” e manifestou o seu desejo para que a comissão continue o seu trabalho com o maior “respeito e seriedade”, contando com “a colaboração de todos”.
O deputado socialista acrescentou ainda que o seu objetivo será o esclarecimento de “toda a verdade sobre a gestão política da TAP” e que os trabalhos terminem “o mais rapidamente possível”.
Em 19 de abril foi divulgado que o agora presidente iria substituir o socialista Carlos Pereira como membro efetivo da comissão de inquérito à TAP. Na semana anterior, o então coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP, Carlos Pereira, tinha anunciado que iria sair daquele órgão parlamentar para lhe poder dar a “tranquilidade necessária”.