É certo que o legado destes últimos 50 anos não é famoso, mas o Partido Socialista consegue sempre surpreender a cada dia que passa e os episódios mais recentes da governação mostram como é possível descer ainda mais baixo no que se refere à degradação da política e das suas instituições.
Veja-se o ‘caso TAP’. Tudo começou quando se conheceu a obscena indemnização de meio milhão de euros que a ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu da companhia aérea, com a autorização do ministro Pedro Nuno Santos e do seu secretário de Estado, que inicialmente diziam nada saber sobre o tema, mas depois passaram a lembrar-se e demitiram-se.
Posto isto, Costa nomeia João Galamba para ministro das infraestruturas, sem qualquer pudor. O mesmo que avisou o amigo Sócrates sobre as investigações de que estava a ser alvo e que está a ser investigado por causa do negócio do lítio.
A gestão de Galamba acabou por ser, sem surpresas, uma imensa barracada e um foco de suspeitas em relação ao seu desempenho na TAP: suspeitas de ocultar informação à Comissão de Inquérito, episódios de prepotência e marginalidade no seu gabinete ministerial e mentiras, constantes mentiras.
Primeiro, ninguém no Governo mandou recorrer ao SIS, depois foi a ministra da Justiça e depois já foi o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. Na versão inicial não conseguiu contactar António Costa, mas depois já o informou, colocando em xeque a palavra do chefe do Governo.
António Costa mentiu gravemente ao país, garantindo que não estava informado de nada, quando agora o seu “insubstituível” e “meritório” ministro Galamba acabou por dizer exatamente o contrário!
Mas quando se trata da arraia miúda, já não falta descaramento a Costa para referir, no seu comunicado ao país, que se tratou de um roubo, mesmo quando estamos muito longe de ter uma sentença judicial condenatória transitada em julgado.
Agora temos o caso Tutti Frutti a envolver, uma vez mais, o ministro Fernando Medina e desta vez também o ministro Duarte Cordeiro, evidenciando a traficância de influências e negociatas do bloco central de interesses: PS1 e PS2! Tudo isto depois de Medina já ter sido envolvido num gravíssimo caso de espionagem russa, financiamento ilícito do Partido Socialista via Câmara Municipal de Lisboa, compadrios em contratações e urbanismo, etc…
Para mal dos nossos pecados, Sócrates saiu do PS, mas o socratismo não saiu do PS.
Como disse recentemente um destacado socialista: chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal!