Movimento cívico apela à participação na manifestação nacional pelo SNS

©D.R.

O Movimento + SNS promove no sábado uma manifestação em Lisboa para exigir o reforço de recursos humanos e investimento no Serviço Nacional de Saúde, apelando a quem não desiste do serviço público para se juntar ao protesto.

Contando com personalidades de diversos quadrantes como da Saúde, com Constantino Sakellarides e Francisco George, da Cultura, com os músicos Jorge Palma e Salvador Sobral, o realizador João Salavisa e os escritores José Luis Peixoto e Luísa Costa Gomes, ou da política, com Alexandra Leitão e Daniel Oliveira, o movimento lançou um manifesto, já subscrito por cerca de 3.000 pessoas, que pede uma cura para um SNS que “está doente”.

“Só haverá verdadeiro acesso à saúde se não desistirmos do combate por um Serviço Nacional de Saúde público, qualificado e universal, pago com os nossos impostos”, refere o manifesto, que abre com a frase “O SNS é um património moral irrenunciável da nossa democracia”, atribuída a António Arnaut.

Em declarações à Lusa, um dos mentores, o médico neurologista Bruno Maia – que nas últimas eleições foi candidato a bastonário da Ordem dos Médicos – pede uma mobilização “massiva”, para responder a um problema que considera igualmente massivo: “O problema é de todos os cidadãos que vivem neste país e que precisam de acesso ao Serviço Nacional de Saúde, que neste momento está a ser severamente comprometido”.

Os signatários do manifesto consideram que “Portugal não suporta mais esperas e falhas nos cuidados de saúde” e lembram a que a “prolongada suborçamentação e baixo investimento” têm consumido as reservas dos serviços públicos de saúde.

“É adiada a construção urgente de hospitais e centros de saúde, bloqueada a contratação de profissionais essenciais e falta justiça e valorização laboral”, refere o texto do manifesto, concluindo: “O resultado é a falta de acesso aos cuidados de saúde primários, mais espera por consultas hospitalares e cirurgias, escassez na saúde mental, penúria na saúde oral e gastos elevados das famílias”.

Defendem que a falta de investimento no SNS tem empurrado utentes “para o negócio dos grandes grupos privados” e lembram que mais de um milhão de cidadãos sem médico de família são forçados a recorrer às urgências dos hospitais – “a única solução que lhes resta” – por falta de outras respostas.

Em paralelo, explica o manifesto, os profissionais de saúde “desdobram-se em horas extraordinárias, acumulando cansaço e baixas por esgotamento”, o bloqueio das carreiras “acelera a sangria dos mais qualificados” e o desinvestimento “empurra profissionais para o negócio dos grandes grupos privados” e para a emigração.

Lembrando a resposta do SNS durante a pandemia de covid-19, sublinham que ele é “indispensável à sociedade portuguesa”, num manifesto disponível no endereço https://maissns.wordpress.com.

“Quando se esgota o plafond do seguro no privado é o SNS que recebe e trata, sem distinção, não olhando a custos”, lembram ainda os signatários, considerando que o serviço público, “pela sua centralidade no sistema de saúde, tem um papel regulador, de referência, na defesa do bem comum”.

Consideram que o SNS está doente, mas apontam a cura: “É possível reforçar o investimento em modernização; é possível incentivar, valorizar, reter e recrutar os profissionais em falta, sobretudo aqueles que o próprio SNS forma; é possível dar equipa de saúde familiar a todos os cidadãos, porque eles existem”.

“É possível porque são tudo escolhas políticas. Escolhas que a democracia consagra”, sublinham os signatários do manifesto, insistindo: “Somos cidadãos que recusam a degradação e o retrocesso do SNS e que dele não desistem”.

Exigem “políticas públicas que assegurem o direito de todos à saúde” e apelam igualmente à mobilização de todos para ajudarem a “levantar a bandeira do SNS como uma das maiores conquistas democráticas”.

A manifestação nacional sai às 15:00 de sábado do Largo do Camões, em direção à Assembleia da República.

Últimas do País

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia anunciou hoje uma concentração junto à residência do primeiro-ministro no dia da greve geral e plenários nos aeroportos a 18 de dezembro, admitindo mais protestos em janeiro caso o Governo "nada altere".
A PSP de Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, deteve um jovem de 16 anos que se encontrava na posse de droga e de um sabre.
Mais de duas dezenas de cidadãos estrangeiros estavam a viver num imóvel sobrelotado no coração da cidade de Beja, revelou esta terça-feira a PSP.
O processo relativo à morte do estudante Manuel de Oliveira Gonçalves, conhecido por “Manu”, será apreciado em tribunal a partir de 26 de janeiro, no Tribunal Judicial de Braga. Estão já agendadas sessões adicionais para 4 e 18 de fevereiro e 4 de março.
Cerca de 70 mil dos 414 mil utentes da Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria não têm médico de família atribuído e a "situação mais expressiva acontece nos concelhos de Leiria e Ourém", revelou esta entidade.
A Polícia Judiciária (PJ), através da diretoria do Norte, deteve oito indivíduos no âmbito da operação denominada Puro Verde, por suspeitas de práticas de corrupção relacionadas com a produção de vinho verde.
Todos os acessos ao maciço central da Serra da Estrela, que tinham sido fechados pelas 17h00 de terça-feira devido à queda de neve, já estão desimpedidos, disse a Proteção Civil.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu hoje ao Hospital de São João, no Porto, onde foi operado a uma hérnia, o tratamento recebido, e enalteceu o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Uma mulher de 20 anos foi detida por suspeita de abuso sexual de crianças e pornografia de menores, sendo a vítima um menor de 13 anos que conheceu nas redes sociais, informou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Mais de uma em cada quatro turmas com alunos com necessidades educativas está sobrelotada, o que representa um aumento das escolas em incumprimento da legislação face ao ano passado, revela um inquérito da Fenprof.