Forças de segurança arrancam com ações de protesto nos aeroportos

©D.R.

Vários sindicatos e associações do setor da segurança interna iniciam hoje uma série de ações de protesto e sensibilização nos aeroportos portugueses, na antecâmara da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), contestando as atuais condições de trabalho.

As iniciativas são organizadas pela Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança (CCP), arrancando com a realização de concentrações e a entrega de panfletos sobre as condições destes profissionais, a decorrer nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro e na Gare do Oriente (segunda e terça-feira), além do porto marítimo de Lisboa (quarta-feira).

“Vamos estar concentrados nesses locais em alguns períodos da parte da manhã e da tarde e, junto das pessoas que chegarem ao nosso país, transmitir-lhes aquilo que as forças de segurança sentem, a desconsideração que sentem por parte do Governo, o que é que está em causa e quais são as reivindicações que são comuns a cada estrutura”, afirma o presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR).

Em declarações à Lusa, César Nogueira salientou que as questões prioritárias para o conjunto de forças e serviços de segurança passam pela alteração dos estatutos remuneratórios e os descontos para os subsistemas de saúde, mas lembrou que há outros problemas transversais, “nomeadamente, a falta de efetivo”, que o dirigente considera “flagrante e abrangente” e que se deve sentir de forma mais visível durante a JMJ.

“Sabemos que muitos profissionais vão ser mobilizados para a zona de Lisboa de outras partes do país. Diariamente já é difícil os profissionais conseguirem chegar a todas as situações por falta de efetivo, logicamente que mais difícil será, porque vai haver milhares de profissionais que vão ser deslocados para Lisboa”, refere o líder da APG/GNR, continuando: “A segurança das pessoas está sempre garantida, mas, mais uma vez, com o sacrifício dos profissionais”.

César Nogueira, que é também secretário nacional da CCP, assegura que os profissionais das forças e dos serviços de segurança estão “cansados” das palavras de reconhecimento do poder político e esperam por respostas às suas reivindicações, sublinhando que “os protestos não terminarão” com a realização da JMJ.

“As ações não se vão ficar pela JMJ, porque sabemos – até porque já andamos nisto há muitos anos – que temos de ser persistentes”, observa o oficial da GNR, que destaca a realização de uma greve do sindicato do corpo da guarda prisional (uma das duas estruturas integrantes da CCP com direito à greve) entre hoje e quarta-feira.

“As outras estruturas não podem fazer greve, mas estaremos nos locais, culminando na Jornada, no dia 02, junto à residência oficial do Presidente da República quando estiver a receber sua santidade, o Papa. Os protestos só irão terminar quando, de facto, as duas questões ficarem pelo menos sob negociação para que se resolvam no mais breve espaço de tempo”, conclui.

O CCP inclui a APG/GNR, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a Associação Socioprofissional da Polícia Marítima (ASPPM), o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) e a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE).

Últimas do País

Quatro urgências de obstetrícia e ginecologia e uma de pediatria vão estar fechadas este fim de semana, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, indica o portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida, pediu hoje a demissão imediata das suas funções.
A reunião entre o Governo e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) terminou hoje sem acordo, com a estrutura sindical a indicar que a proposta apresentada pela tutela “é injusta” e a admitir novos protestos.
A ANA e a Vinci Airports reiteraram hoje o compromisso de colaborar com o Estado na próxima fase do processo para a construção do novo aeroporto, após indicação do Governo para avançar com a candidatura.
Os hospitais de Lisboa tiveram de acionar os planos de contingência, reforçar a capacidade de internamento e a ULS São José teve de adiar atividade programada para responder ao aumento da procura das urgências por doentes mais complexos.
A Sevenair já perdeu alguns funcionários enquanto está parada a ligação aérea regional Bragança-Portimão e está à procura de outros serviços para garantir a sua sustentabilidade, disse hoje à Lusa o diretor de voos da empresa.
Os votantes nas últimas legislativas no CHEGA, PSD e PS apresentam valores acima da média de oposição aos imigrantes registada no barómetro da imigração, apresentado em dezembro, segundo os autores.
Os autores do Barómetro da Imigração, apresentado recentemente, consideram que os media em Portugal estão a acentuar a má imagem dos imigrantes, com a repetição de estereótipos que mostram um país vítima de uma invasão.
Advogados, magistrados e funcionários judiciais apelam à ministra da Justiça para que “reveja urgentemente” o regime de distribuição dos processos judiciais aprovado em 2023, que consideram ter provocado perturbação na atividade dos tribunais.
Cerca de 15 por cento dos seis mil atendimentos diários dos serviços da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) não se realizam por falta dos requerentes, limitando a resposta do sistema, disse hoje o presidente da instituição.