Greve dos médicos na região de Lisboa com “adesão muito forte”, segundo o sindicato

A adesão à greve dos médicos de Lisboa e Vale do Tejo, que teve início às 00:00 de hoje, estava às 08:30 a ser “muito forte”, estando apenas a serem cumpridos os serviços mínimos, segundo fonte sindical

©Facebook de Jorge Roque da Cunha

“Há garantia de que os serviços mínimos estão totalmente assegurados nas urgências externas e internas e nos tratamentos de hemodiálise, aquilo que faz parte dos serviços mínimos, mas nós estamos expectantes, tal como nas greves anteriores, que possam ter uma muito expressiva adesão”, indicouo secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que convocou a paralisação à Lusa.

De acordo com Jorge Roque da Cunha, a greve irá prejudicar as cirurgias programas, consultas externas nos hospitais e nos centros de saúde, causando perturbação aos utentes.

“Nós tudo fizemos para a evitar. Durante o processo negocial não o fizemos. Fizemos uma greve nacional em julho e depois um conjunto de greve regionais e hoje é a segunda greve regional de Lisboa e vale do Tejo. (…) Estamos à espera de uma grande adesão”, disse.

Segundo Jorge Roque da Cunha, nos últimos 10 anos, os médicos perderam cerca de 22% do seu poder de compra e a proposta do Governo de 3,1% não é aceitável.

“A greve é algo que não desejamos. Os doentes que não vejo no meu centro de saúde terei de os acompanhar numa altura posterior, mas não restou outra possibilidade senão fazer esta greve”, sublinhou.

A segunda greve de dois dias dos médicos de Lisboa e Vale do Tejo iniciou-se às 00:00 de hoje, englobando hospitais e centros de saúde que não foram abrangidos pela paralisação que decorreu a 13 e 14 de setembro.

Convocada pelo SIM, a greve regional, que se estende até às 24:00 de quinta-feira, abrange os centros hospitalares Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, do Oeste, Médio Tejo e os hospitais Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), de Santarém, o Hospital Forças Armadas e o Hospital Prisional de Caxias.

Segundo o SIM, são também abrangidos pela paralisação o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses Sul, o Instituto Português do Sangue e Transplantação e a Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Os médicos dos Agrupamentos de Centro de Saúde (ACES) de Lisboa Norte, Lisboa Central, Ocidental e Oeiras, Amadora, Sintra, Oeste Norte, Oeste Sul, Médio Tejo e Lezíria também são abrangidos pela paralisação de dois dias.

Segundo o SIM, a greve visa exigir do Governo “uma resposta efetiva” ao caderno reivindicativo sindical e que seja apresentada pelos ministros das Finanças e da Saúde “uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na Tabela Remuneratória Única da função pública”.

Os serviços mínimos devidos durante a greve médica regional são os estabelecidos na regulamentação coletiva do trabalho em vigor no SNS, refere o SIM.

As negociações entre sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde iniciaram-se em 2022, mas até ao momento não houve acordo.

Últimas do País

A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje em Lisboa um cidadão estrangeiro de 26 anos, que fugiu à polícia em agosto, por tráfico de droga, anunciou hoje aquela polícia.
O parlamento da Madeira aprovou hoje, por maioria, uma proposta de lei à Assembleia da República apresentada pelo CHEGA para revogar o limite de referência de droga para consumo médio individual de dez para cinco dias.
A Cloudfare anunciou esta terça-feira estar a investigar uma falha na sua rede global que provocou a 'queda' de vários clientes, como a rede social X, o 'chatbot' ChatGPT e o videojogo 'League of Legends'.
A Polícia Judiciária deteve no aeroporto de Lisboa, em três ações distintas, três mulheres estrangeiras, entre os 20 e os 39 anos, suspeitas do crime de tráfico de droga, indicou esta terça-feira a PJ.
Nos primeiros 10 meses de 2025, foram detidas pela Polícia Judiciária (PJ) 269 suspeitos de crimes sexuais, mais do que em todo o ano de 2024, quando foram detidos 251, revelou hoje o diretor da instituição.
O antigo governante e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara foi detido na segunda-feira pela PSP, em Lisboa, para cumprir os dois anos e meio da prisão que restam devido aos processos Face Oculta e Operação Marquês.
O consumo global de antibióticos em Portugal aumentou 8% entre 2019 e 2024, quatro vezes mais do que a média de 2% registada nos países da União Europeia, revelou hoje o Infarmed no Dia Europeu do Antibiótico.
Mais de 35 mil pessoas morrem anualmente devido a infeções resistentes aos antibióticos, estimou hoje o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), alertando que a resistência antimicrobiana continua a aumentar na Europa.
Quase 11.900 mil médicos aderiram ao regime de dedicação plena no SNS, num investimento superior a 300 milhões de euros, segundo dados oficiais avançados à Lusa, que indicam haver maior concentração nas grandes unidades hospitalares e universitárias.
As urgências do SNS registaram quase 16 milhões de atendimentos entre 2022 e junho de 2024, uma procura elevada que é mais do dobro da média verificada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).