Hospital D. Estefânia recebe mais 100 doentes por dia devido a fecho de urgências

O Hospital D. Estefânia está a receber em média mais 100 doentes por dia devido ao encerramento de urgências pediátricas, uma situação que será agravada com o encerramento noturno do serviço do Amadora-Sintra, que está a gerar preocupação.

© D.R.

A situação foi relatada à agência Lusa por João Estrada, diretor da área de Pediatria do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), que integra o D. Estefânia, o hospital pediátrico com a maior urgência pediátrica do país.

O pediatra manifestou preocupação com “a assistência às crianças, nomeadamente aos doentes particularmente graves, que têm de ser prioritários”, devido ao aumento progressivo do número de doentes na sequência do encerramento de urgências pediátricas de hospitais em torno do D. Estefânia por falta de médicos para assegurar as escalas.

“Até ao momento temos conseguido responder com alguma qualidade e sem grandes listas de espera a esse aumento do número de doentes”, disse João Estrada, manifestando preocupação com o encerramento à noite, a partir da próxima semana, da urgência pediátrica do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), a segunda maior de Lisboa.

Alertou que, “apesar da diferenciação do Hospital Dona Estefânia, todos os hospitais terão em determinado momento um limite e terão de priorizar como é que vão ver os doentes e como é que vão ter uma via mais rápida que não ponha em risco os doentes mais graves”, que são “a primeira grande preocupação”.

“Estamos preocupados, mas enquanto médicos, e particularmente pediátricos, queremos continuar a dar a melhor assistência possível aos doentes pediátricos do país”, assegurou.

Para responder ao aumento da procura, João Estrada disse que tem vindo a haver progressivamente alguma mudança no modo de funcionamento, para garantir que “nenhum doente em risco potencial de vida fique perdido neste caminho das triagens entre hospitais”.

O médico explicou que a opinião pública terá de perceber que, quando se diz a um doente triado como verde (menos urgente) que vai demorar horas a ser atendido, é porque será dada prioridade a doentes mais graves.

Questionado se foi uma surpresa o fecho da urgência pediátrica do Hospital Fernando Fonseca, João Estrada disse que, “infelizmente, a surpresa não foi tão grande como isso, porque tem havido um contínuo de encerramentos”.

“O que não admitimos e não queremos sequer pensar é na hipótese de o Hospital Dona Estefânia vir alguma vez a fechar a urgência”, frisou João Estrada, sustentando: “Estamos aqui para assistir as crianças todas, queremos estar, mas vamos ter condicionantes, nomeadamente em relação à gravidade dos doentes”.

O responsável deixou uma mensagem de agradecimento à equipa médica e de enfermagem e a todos os profissionais de saúde do Hospital D. Estefânia.

“Até agora, as pessoas têm-se sentido com a obrigação ética de assistir as pessoas da melhor maneira, mas de facto, estamos com algumas dificuldades, como os hospitais todos, em relação à capacidade”.

“Eu acho que há um espírito de missão na pediatria e o Hospital Dona Estefânia é o maior hospital pediátrico do país e não quer deixar de ser. Agora toda esta dedicação de alguma forma excessiva à urgência, que infelizmente já existe no país há mais tempo, está a condicionar o alto grau de diferenciação assistencial do hospital em áreas em que é único no país, nomeadamente na cirurgia pediátrica na cirurgia neonatal”, observou.

Por outro lado, disse que o hospital não pode ir alargando as listas de espera por estar “assoberbado sistematicamente pela urgência”.

“Quando falamos de urgência pediátrica, estamos a falar de urgência médico-cirúrgica”, afirmou, salientando que, neste momento, o Hospital D. Estefânia, nomeadamente nas noites, “é o único hospital do país aberto abaixo de Coimbra”.

Uma fonte do CHULC adiantou à Lusa que o centro hospitalar tem conseguido dar toda esta resposta, “apesar de estar há quatro meses à espera de diretor clínico, graças a um impasse da Direção Executiva do SNS”.

Últimas do País

O território nacional vai ser afetado, a partir de segunda-feira, por temperaturas a ultrapassar, em algumas regiões, os 40 graus, com a Direção-Geral da Saúde a deixar uma série e recomendações à população.
A ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Estremoz, distrito de Évora, está inoperacional desde as 20:00 de sábado por falta de enfermeiro, disse hoje à agência Lusa fonte do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
A Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) assinala na terça-feira oito anos dos fogos que provocaram dezenas de mortos e feridos, além da destruição de casas, empresas e floresta.
A PSP inicia hoje e prolonga até 15 de setembro a operação Polícia Sempre Presente – Verão Seguro 2025, a nível nacional, tendo em conta o início da época estival e o final do período escolar, anunciou a força de segurança.
O Governo português desaconselha todas as viagens para Israel e Irão dada a atual situação do conflito, segundo uma informação publicada no Portal das Comunidades Portuguesas.
O presidente da Associação de Concessionários de Praia e Bares da zona Norte defende a necessidade de garantir a segurança nas praias durante todo o ano, porque o atual modelo de nadadores-salvadores está “desajustado da realidade”.
Sete das vítimas mortais da queda de um avião na Índia, esta quinta-feira, constam como cidadãos portugueses, mas nunca terão estado em território nacional. Segundo avançou a Renascença, os sete indivíduos residiam no Reino Unido e terão adquirido a nacionalidade portuguesa sem qualquer ligação direta ao país.
O Tribunal de Leiria aplicou hoje prisão preventiva a três dos suspeitos por mais de uma centena de furtos em cemitérios, interior de veículos e residências e obrigar a apresentações bissemanais a outros dois, disse fonte da GNR.
A violência doméstica foi o crime contra idosos mais denunciado à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) entre 2021 e 2024, período em que os pedidos de ajuda cresceram 8,5%, revelou hoje à Lusa a responsável no Porto.
O Tribunal de Moura decretou hoje a prisão preventiva do homem suspeito de ter matado a tiro o filho e depois fugido em Amareleja, no concelho de Moura, distrito de Beja, na terça-feira, revelou fonte policial.