Posição perante Israel prejudica popularidade de Biden

O apoio de Joe Biden a Israel na luta contra o Hamas está a prejudicar a popularidade do Presidente norte-americano, dividindo o Partido Democrata e afastando os seus eleitores mais jovens.

© Facebook / President biden

As sondagens desta semana para a corrida presidencial de 2024 mostram que Biden aparece atrás do provável candidato republicano Donald Trump, numa altura em que os seus índices de popularidade também caem para níveis recorde.

De acordo com o portal 538 (que realiza médias de sondagens), Biden aparece esta semana com um nível de aprovação de apenas 38,9 por cento, com 55 por cento dos eleitores a mostrarem-se desagradados com a sua presidência.

Nestas sondagens, destaca-se o facto de apenas 33 por cento dos eleitores aprovarem a forma como o Presidente norte-americano está a lidar com a sua política externa e vários analistas consideram que nesta quebra de aceitação está a pesar particularmente o apoio do Governo dos EUA a Israel nos bombardeamentos destinados a destruir o grupo islamita Hamas.

Entre todos os eleitores registados, apenas 34 por cento dos norte-americanos gostam do posicionamento do seu Governo face à guerra na Faixa de Gaza, contra 56 por cento que se declaram manifestamente insatisfeitos.

No Partido Republicano, a rejeição desse posicionamento tem vindo a aumentar, com percentagens que atingem já os 69 por cento de eleitores que o desaprovam com apenas 22 por cento a apoiarem.

Entre os eleitores do Partido Democrata, 51 por cento dos eleitores registados aprovam a forma como Biden está a lidar com o conflito no Médio Oriente, contra 41 por cento que se mostram desfavoráveis.

A divisão dentro do Partido Democrata sobre esta matéria tem vindo a crescer, à medida que crescem de tom manifestações a favor da Palestina em várias cidades norte-americanas, bem como nos ‘campus’ das universidades, onde muitos jovens – vários deles eleitores democratas – se manifestam contra a posição dos EUA no conflito.

O congressista democrata Dan Goldman reconheceu esta semana, numa entrevista televisiva, que o seu partido deve olhar com atenção para a reação de muitas pessoas que olham com desconforto para a forma como Israel está a lidar com o conflito com o grupo Hamas, colocando em questão a forma como o Governo dos EUA está a lidar com o problema.

Contudo, o congressista, eleito por Nova Iorque, também disse que vários dos seus eleitores o têm confrontado com a necessidade de o Governo dos EUA manter a sua posição de apoio a Israel, perante a ameaça que o Hamas constitui para a comunidade judaica, assumindo que o tema é particularmente fraturante.

Entre os líderes do Partido Democrata, embora a fação mais moderada esteja a aplaudir a estratégia da Casa Branca no conflito do Médio Oriente, a fação mais à esquerda não esconde o desagrado perante a forma como Biden está a alienar o apoio do eleitorado jovem e das minorias, que têm contestado a forma como o seu Governo tem permitido a violência de Israel contra a população palestiniana na Faixa de Gaza.

Esta semana, membros do partido que trabalharam na campanha das primárias de há quatro anos com a senadora Elizabeth Warren e com o senador Bernie Sanders – ambos da fação mais à esquerda dos democratas – escreveram uma carta aberta em que pediam a introdução no Senado de uma resolução a favor de um cessar-fogo na guerra no Médio Oriente, contestando a “estratégia ambígua” como Biden se posiciona perante a questão.

Últimas de Política Internacional

O Supremo Tribunal norte-americano decidiu hoje manter a decisão que proíbe a realização de abortos de emergência que violem a lei no Texas, um dos Estados com a proibição mais rigorosa de abortos no país.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que Israel tem a obrigação de trazer de volta os seus reféns, ao assinalar o primeiro aniversário do ataque do grupo extremista palestiniano Hamas em solo israelita.
A líder da direita radical francesa, Marine Le Pen, afirmou hoje que a "fraca legitimidade democrática" do Governo liderado por Michel Barnie, conduzirá à sua queda e a legislativas antecipadas, permitidas a partir de julho de 2025.
Mais de 155 milhões de brasileiros podem votar hoje para escolher novos prefeitos e membros das Câmaras Municipais nos 5.569 municípios do país sul-americano lusófono.
O Parlamento Europeu reúne-se, entre segunda e quinta-feira, numa sessão plenária dominada pela situação no Médio Oriente e na qual o polémico primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, irá apresentar as prioridades da presidência semestral da UE, que Budapeste exerce atualmente.
O político e dirigente da oposição ao regime venezuelano Edmundo González Urrutia afirmou hoje que vai “tomar posse a 10 de janeiro como Presidente da Venezuela”.
A Comissão Europeia vai levar Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) por falhas no combate à poluição das atividades industriais, foi esta quinta-feira divulgado em Bruxelas.
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão disse hoje que as prioridades de cooperação com Portugal continuam a ser a educação e a justiça, apesar do aumento das áreas prioritárias no próximo programa estratégico.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.
O porta-voz militar israelita, Daniel Hagari, advertiu hoje que "haverá consequências" do ataque iraniano, que envolveu o lançamento de mísseis balísticos sobre Israel, mas intercetados pelo sistema de defesa antiaérea.