Netanyahu deverá perder lugar após a guerra

O antigo membro do Knesset (parlamento israelita) Michael Bar-Zohar afirma-se otimista quanto ao futuro de Israel e acredita que Benjamin Netanyahu terá o lugar de primeiro-ministro ​​​​​​​posto em causa após a guerra com o Hamas.

© Facebook Israel Reports

Em entrevista à agência Lusa a propósito do seu livro “Não Há Missões Impossíveis” sobre as operações das forças especiais israelitas, Bar-Zohar defendeu que após a guerra o atual primeiro-ministro, com o qual trabalhou no parlamento enquanto deputado, deverá perder o lugar.

“O primeiro-ministro Netanyahu está sob fogo cerrado. Não é muito popular e não sei quanto tempo irá manter a sua posição”, disse. “É um homem muito inteligente. Foi um bom primeiro-ministro, mas atualmente há muitas críticas contra ele”.

Netanyahu lidera o governo mais extremista desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, que une políticos da direita radical sionista e ultraortodoxos.

Antes do despoletar da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, o atual primeiro-ministro estava a ser contestado nas ruas pela sua polémica reforma judicial, que reforçaria os poderes do parlamento sobre a Justiça.

Bar-Zohar descreve Netanyahu como “um homem muito corajoso do ponto de vista da coragem física”, mas ressalva que “na política, ultimamente, ele mudou”.

“O atual primeiro-ministro esteve de facto no Comando Especial. Era um combatente muito corajoso, e o seu irmão, Yoni, era o chefe do Comando Especial, que foi morto em Entebbe durante o resgate dos reféns”, afirmou.

“De momento, enquanto a guerra durar, não queremos ter todo o tipo de discussões ou inquéritos sobre o que aconteceu a 07 de outubro, porque é muito doloroso para nós. Atualmente, temos de nos concentrar, infelizmente, na guerra, e depois da guerra haverá, penso eu, um inquérito muito profundo sobre o que aconteceu e quem deve pagar o preço”, continuou.

Bar-Zohar, de 85 anos, acredita que faltam hoje líderes como ​​​​​​os seus amigos pessoais Shimon Peres, o oitavo primeiro-ministro de Israel, Moshe Dayan, antigo ministro da Defesa, e ainda David Ben-Gurion, o fundador do Estado de Israel​​​​​​​. “Hoje, já não há pessoas deste calibre, nem em Israel, nem em Portugal, nem em lado algum do mundo”, afirmou.

O antigo militar foi membro do Knesset, o parlamento israelita, representante do país no Conselho da Europa e conselheiro para a comunicação social de Moshe Dayan.

Autor de mais de 30 obras, escreveu juntamente com Nissim Mishal, “Não Há Missões Impossíveis”, lançado em 2015 e traduzido para português em outubro deste ano.

Apesar da atual crise, Bar-Zohar considera-se “muito otimista” em relação ao futuro de Israel e à paz com os países vizinhos.

“Devo dizer com toda a franqueza, quando cheguei a Israel [em 1948], era um país com 650.000 habitantes, sem economia, sem exército, sem nada. E estou a olhar para hoje, somos cerca de 9 milhões. Temos uma indústria muito boa. Um exército que considero o mais forte do mundo. Temos uma boa cultura”, declarou.

“Temos os árabes israelitas, cerca de 2 milhões de árabes que vivem em Israel ou são cidadãos israelitas. Estão muito bem”, e “esta ligação entre as duas comunidades é boa”, afirma.

Bar-Zohar nasceu na Bulgária em 30 de janeiro de 1938, e em 1948 mudou-se para Israel. Participou na missão que atravessou o canal do Suez, na Guerra do Yom Kippur, no primeiro barco em direção ao Egito.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.