Naturalização foi rápida por vir instruída do consulado no Brasil

A ministra da Justiça justificou hoje a celeridade na atribuição da nacionalidade às gémeas luso-brasileiras tratadas em Portugal por o processo já vir instruído do consulado no Brasil e por as crianças terem progenitor português

© Folha Nacional

 

Questionada por Pedro Pinto, do CHEGA, e por outros deputados sobre por que motivo a atribuição de nacionalidade às gémeas demorou apenas 14 dias no Instituto dos Registos e Notariado (IRN) e se houve alguma interferência ou favorecimento neste caso, Catarina Sarmento e Castro disse tratar-se de um processo diferente e especial.

Segundo a ministra, tratou-se de um “processo diferente” porque instruído num Consulado e especial por ter a ver com assento de nacionalidade de crianças nascidas fora de Portugal e cujo progenitor é português.

Embora os factos remontem ao período em que era ministra a sua antecessora, Francisca Van Dunem, a atual titular da pasta da Justiça revelou ter pedido toda a informação aos serviços do IRN para elucidar os deputados sobre as razões que permitiram que a tramitação do processo das gémeas demorasse apenas 14 dias no IRN.

“Há aqui dois tempos, porque há aqui duas entidades. O IRN não é a única entidade competente. Toda a documentação e o processo chegou ao IRN já instruído” pelo Consulado no Brasil, explicou a ministra.

Como um dos progenitores das crianças é português, “o processo não tem nada de complicado e é assim mais célere”, tanto mais que estão em causa menores, acrescentou.

Catarina Sarmento e Castro adiantou ainda que, tratando-se de um processo já instruído e bastante simples, “não havia necessidade de (…) ficar na fila, atrás de outros processos mais complexos e burocráticos” de obtenção de nacionalidade.

“Esta é a explicação”, concluiu a ministra.

Catarina Sarmento e Castro aproveitou a audição parlamentar para revelar que, com a nova plataforma instalada nos registos, prevê-se que até final do ano deixem de existir processos pendentes de nacionalidade, porque agora tudo se processa por via digital através dos mandatários dos requerentes.

Segundo a ministra, até hoje já foram entregues 16 mil pedidos por via digital.

“Hoje, 90 por cento dos pedidos estão a chegar por via digital”, sublinhou Catarina Sarmento e Castro, estimando que as novas ferramentas e a simplificação poupem 20 mil horas de trabalho aos funcionários dos Registos.

O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro, e está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

Últimas de Política Nacional

O Governo desenhou uma primeira proposta para facilitar a entrada de imigrantes em Portugal para o setor da construção civil. A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias (JN), no sábado passado, que explica que são ainda precisos cerca de 80 mil trabalhadores para responder às obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Uma das principais bandeiras do partido liderado por André Ventura é o combate à corrupção, não sendo surpresa o arranque das segundas jornadas parlamentares do CHEGA nesta legislatura coincidir com o Dia Internacional do Combate à Corrupção, 9 de dezembro.
O presidente do CHEGA desafiou hoje o líder do PSD, Luís Montenegro, a afastar Miguel Albuquerque, considerando que o presidente do Governo Regional da Madeira "já não tem condições" para continuar no cargo.
As propostas de Orçamento e Plano de Investimentos para 2025 apresentadas pelo Governo da Madeira, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, foram hoje rejeitadas após discussão na generalidade, um 'chumbo' que acontece pela primeira vez no parlamento regional.
Os deputados do CHEGA reúnem-se hoje em Coimbra numas jornadas parlamentares focadas no tema da corrupção, que contam com o antigo primeiro-ministro e presidente do PSD Pedro Santana Lopes como um dos oradores.
“Não se preocupem, o Estado paga. Quem poderia esquecer a célebre frase de Mário Soares quando foi mandado parar pela Polícia?”, recorda o líder do CHEGA.
Tiago, 41 anos, diz que quando fecha os olhos ainda vive o ataque. “Revivo o momento em que eles mandaram literalmente os molotov para cima de mim... e o fogo e a aflição", contou numa entrevista transmitida pela TVI.
O relógio marcava pouco depois das 8 horas e 40 minutos, da passada sexta-feira, quando tarjas azuis e vermelhas voaram pelas janelas dos gabinetes dos 50 deputados do CHEGA e das salas do grupo parlamentar, no edifício da Assembleia da República.
O presidente do CHEGA afirmou hoje que "compreende perfeitamente as razões da indignação" dos bombeiros, responsabilizando o primeiro-ministro pelo "aumento do nível dos protestos" e por "atirar lenha para a fogueira".
O Presidente da República promulgou hoje o diploma que altera o decreto-lei que estabelece um regime especial para admissão de pessoal médico na categoria de assistente, mas lamentou que se regresse a um concurso centralizado.