CAP elogia “demonstração de força” contra discurso só político de Bruxelas

O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considerou que a manifestação dos agricultores a decorrer em Bruxelas é uma "demonstração de força" contra o "discurso político" do executivo de Ursula von der Leyen.

© Facebook da CAP

 

“É uma demonstração de força, é exatamente para que não exista dúvida alguma sobre a determinação dos agricultores e a necessidade de alterar as regras relativamente à Política Agrícola Comum [PAC]”, disse à Lusa Luís Mira que integra a comitiva que participa nos protestos, numa altura em que continuam em força junto às instituições europeias onde os ministros da Agricultura estão reunidos.

O som dos petardos é ininterrupto e os manifestantes fazem fogueiras em frente perímetro de segurança criado pela polícia para bloquear o avanço dos milhares de agricultores.

Luís Mira referiu que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “anunciou um conjunto de intenções” que “precisam de ser colocadas no regulamento comunitário”.

“Enquanto não forem alterados [os regulamentos comunitários] nada disto tem efeito prático. Aquilo que os agricultores de toda a Europa estão aqui a dizer hoje é que é necessário colocar em prática aquilo que foi o discurso político”, acrescentou.

O secretário-geral da CAP exigiu a aprovação de todas as alterações propostas hoje, durante a reunião dos ministros da Agricultura dos Estados-membros, e a respetiva alteração na legislação nacional de cada um dos 27.

“As pessoas acham que isto já está resolvido, já estão alteradas. Não está, enquanto não se alterar o regulamento, enquanto não se alterar as regras”, completou.

A maioria das reuniões de hoje acabou por ser cancelada dada a seriedade do protesto dos agricultores e os confrontos em que se envolveram com as forças de segurança no exterior do edifício do Conselho da União Europeia.

Só os ministros da Agricultura prosseguem com a discussão das novas medidas propostas.

Últimas de Economia

O número de fusões e aquisições de empresas em Portugal baixou 28%, até novembro, para 90 operações, totalizando cerca de 1,91 mil milhões, menos 46% do que no mesmo período de 2023, segundo um estudo da Bain, hoje divulgado.
O Banco Mundial afirmou hoje que, sem alterações nas políticas, 20 dos 26 países mais pobres, onde se vive com menos de 2,15 dólares por dia, incluindo Guiné-Bissau e Moçambique, vão continuar assim até 2050.
A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou hoje a proposta do Governo Regional que fixa o salário mínimo regional em 915 euros em 2025, mais 65 euros do que o valor atualmente em vigor, o maior aumento do país.
As empresas chocolateiras sentem já “uma efervescência” crescente na procura e perspetivam o habitual pico de vendas na época natalícia, mas oferecer chocolates vai ficar mais caro este ano devido à escalada do preço do cacau nos mercados internacionais.
As associações representativas da pesca portuguesa estão contra a redução de mais de 60% das capturas de carapau, depois de os ministros das Pescas da União Europeia terem hoje chegado a acordo sobre as possibilidades de pesca para 2025.
Portugal vai poder pescar mais de 18 mil toneladas de peixe em 2025, mais 560 toneladas do que este ano e, 32 anos depois, os portugueses poderão pescar bacalhau no Canadá, anunciou o Governo.
A inflação acelerou para 2,5% em novembro, 0,2 pontos percentuais (p.p.) acima da taxa verificada em outubro, adiantou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmando a estimativa rápida divulgada no final de novembro.
A incerteza económica, as margens comerciais e os custos laborais são os principais desafios à atividade empresarial em Portugal para o próximo ano, de acordo com um estudo da Crédito y Caución e Iberinform hoje divulgado.
Cerca de 14% dos trabalhadores em Portugal considera ter classificações académicas excessivas para o trabalho que desenvolve, revela a OCDE, que acrescenta que 41% se sente "desajustado" por não trabalhar na área para a qual estudou.
O Natal representa 30% das vendas de bacalhau, mas esta tradição pode ser afetada pelo preço, que corre o risco de atingir máximos em 2025, numa altura em que a indústria enfrenta “desafios históricos”, defenderam os industriais do setor.