Rússia pronta para usar armas nucleares se for ameaçada

A Rússia está pronta para usar armas nucleares se houver uma ameaça ao Estado, à soberania ou à independência do país, declarou o Presidente russo, numa entrevista transmitida hoje.

 

À televisão estatal russa, Vladimir Putin disse esperar que os Estados Unidos evitem qualquer escalada que possa desencadear uma guerra nuclear, mas sublinhou que as forças nucleares da Rússia estão prontas.

Questionado se alguma vez considerou usar armas nucleares na frente de batalha na Ucrânia, o líder russo respondeu que não havia necessidade.

Putin também expressou confiança de que Moscovo alcançará os objetivos na Ucrânia, mas disse estar aberto a negociações, acrescentando que qualquer acordo exigiria garantias firmes do Ocidente.

“Estamos preparados, mas apenas para negociações que não se baseiem em alguns desejos após o uso de psicotrópicos, mas nas realidades que foram criadas, como dizem nestes casos, no terreno”, frisou.

Putin tem repetidamente descrito o Governo da Ucrânia, liderado por Volodymyr Zelensky, como “um grupo de toxicodependentes e neonazis”.

Na mesma entrevista, o Presidente da Rússia acusou a Ucrânia de lançar ataques em solo russo numa tentativa de interferir nas eleições presidenciais marcadas para 15 e 17 de março.

Várias regiões russas, nomeadamente Belgorod e Kursk, na fronteira com a Ucrânia, foram alvo de múltiplos ataques de drones [aparelhos aéreos não tripulados] ucranianos pelo segundo dia consecutivo, tendo como alvo infraestruturas de energia.

Uma refinaria de petróleo foi alvo de um drone esta madrugada, em Ryazan, a cerca de 200 quilómetros a sudeste de Moscovo, num ataque que causou feridos e desencadeou um incêndio, disse o governador regional.

Quase 60 drones atingiram também outras regiões russas, incluindo Belgorod, Bryansk, Kursk e Voronezh, todas na fronteira com a Ucrânia, sem causar feridos, de acordo com as respetivas autoridades regionais.

Na terça-feira, voluntários russos que lutam pela Ucrânia também alegaram terem-se infiltrado na Rússia e assumido o controlo de uma aldeia fronteiriça na região de Kursk, uma incursão que o exército de Moscovo garantiu ter repelido.

Estes ataques podem ser explicados de uma “forma muito simples. Tudo isto está a acontecer num contexto de falhas [ucranianas] na linha da frente”, disse Putin.

“No entanto, o objetivo principal, não tenho dúvidas, se não conseguirem minar as eleições presidenciais na Rússia, é pelo menos tentar impedir de alguma forma os cidadãos de expressarem a sua vontade”, garantiu o líder russo.

Vladimir Putin, no poder há mais de duas décadas e candidato à reeleição, é o favorito nas presidenciais, na ausência de qualquer oposição.

A eleição deverá manter Putin no poder até 2030, ano em que completará 77 anos, com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, graças a uma alteração constitucional feita em 2020.

Últimas de Política Internacional

As autoridades turcas detiveram hoje 234 pessoas suspeitas de pertencerem a redes de crime organizado, numa grande operação policial de âmbito internacional, foi hoje anunciado.
A União Europeia (UE) quer reforçar o controlo e a responsabilização do comércio internacional de armas, após os 27 terem aprovado hoje uma revisão do quadro sobre esta matéria, motivada pela entrega de armas à Ucrânia.
A Alta-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiro defendeu hoje que é preciso a Rússia seja pressionada para aceitar as condições do cessar-fogo, recordando que a Ucrânia está a aguardar há um mês pela decisão de Moscovo.
O presidente em exercício do Equador, o milionário Daniel Noboa, foi declarado vencedor da segunda volta das eleições de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda, Luisa González.
O Governo moçambicano admitiu hoje pagar três milhões de dólares (2,6 milhões de euros) à euroAtlantic, pela rescisão do contrato com a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mas abaixo da indemnização exigida pela companhia portuguesa.
O presidente da Ucrânia pediu uma "resposta forte do mundo" ao ataque com mísseis balísticos na manhã de hoje contra a cidade de Soumy, no nordeste da Ucrânia, que terá causado mais de 20 mortos.
O líder venezuelano Nicolas Maduro vai visitar Moscovo no próximo mês para participar nas comemorações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi, que se celebra tradicionalmente a 9 de maio, confirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Os países que apoiam a Ucrânia na defesa do território ocupado por tropas russas comprometeram-se hoje com mais 21.000 milhões de euros para apoiar o país, durante uma reunião do Grupo de Contacto.
As autoridades italianas transferiram hoje o primeiro grupo de imigrantes em situação irregular para os polémicos centros de deportação na Albânia, transformados em estruturas de repatriamento de requerentes de asilo já com ordem de expulsão de Itália.
A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).