Promovido por este município alentejano e pela equipa do projeto “Soil to Soul”, de Zurique, na Suíça, o festival denomina-se “Soil to Soul Alandroal — Somos o que comemos”, decorrendo no sábado e no domingo.
“Vamos reunir vários ‘chefs’ com as suas equipas a cozinhar para as pessoas pequenos pratos de produtos locais, produtos da época, a preços muito acessíveis”, disse hoje o presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo, em declarações à agência Lusa.
A edição deste ano conta com a presença dos ‘chefs’ Francesco Ogliari, Bruno Caseiro e Tomoe Hayase, André Cruz, Lara Espírito Santo e George McLeod, Diogo Formiga, Mauro Alison, Vítor Adão e Anne Karen.
Além destes, também produtores e artistas se juntam à festa, que inclui ainda animação musical, numa iniciativa que tem como objetivo central a sensibilização para a conservação dos recursos naturais, sociais e culturais.
O certame, com entrada gratuita, conta com dois concertos (um em cada dia do festival), a cargo de Sean Riley & The Slowriders, e de Gizmo Varillas, estando ainda programada a atuação do DJ Rai, nos dois dias.
“É um espaço para promover e debater, de uma forma descontraída associada à gastronomia, as temáticas da sustentabilidade do solo e da produção agrícola, do impacto humano no território, na preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, bem como a nossa ligação ao território, como o preservamos e deixamos para as gerações futuras”, resumiu o autarca de Alandroal.
João Grilo revelou ainda que, este ano, 14 restaurantes do concelho vão associar-se ao evento, apresentando pratos da época, nos seus espaços de restauração.
Alandroal, destacou o autarca, “quer posicionar-se” no caminho da sustentabilidade e da preservação dos solos” e estão já a ser desenvolvidos no concelho projetos “muito interessantes” na área da agricultura regenerativa.
“Foi por isso também que o movimento ‘Soil to Soul’, criado na Suíça, chegou ao Alandroal e nós entendemos que deveríamos ser parceiros”, disse.
O presidente da câmara lembrou que este é “um concelho de interior”, com “500 quilómetros quadrados de território para 5.000 pessoas”.
“E, se temos algumas desvantagens, temos também um conjunto enorme de vantagens, sendo que uma delas é um território muito conservado e preservado, muito próximo do seu ambiente natural, com uma agricultura não agressiva e regenerativa”, argumentou.
As políticas camarárias “refletem isso e apostam na preservação e na sustentabilidade e nesta ligação à Natureza, ao que ela dá em cada momento”, vincou João Grilo, referindo que o município acredita no conceito “Soil to Soul” e que o objetivo passa por “fazer crescer” o festival.
O programa do certame, além da presença de artesãos da região, conta ainda com vários oradores que irão abordar, em diversos debates, a cadeia de valor que vai desde a produção até ao consumidor, alertando para a relevância deste movimento.