CHEGA quer Parlamento Europeu a fiscalizar aplicação de fundos

Os eurodeputados eleitos pelo CHEGA vão propor que o Parlamento Europeu fiscalize a aplicação de fundos na coesão territorial, indicou o presidente, que desafiou o Governo a divulgar a nacionalidade e etnia dos suspeito nos relatórios sobre criminalidade.

© Folha Nacional

“Temos tido fundos de coesão que são muito mal executados em Portugal, e esse é um problema dos governos”, afirmou André Ventura, referindo que “uma das primeiras medidas” dos eurodeputados do CHEGA será propor que “o Parlamento Europeu fiscalize aqueles países que não estão a executar os fundos na área da coesão”.

O líder do CHEGA indicou que essa fiscalização pode ser feita “através de uma comissão parlamentar eventual ou de uma comissão permanente”.

“Eu penso que o Parlamento Europeu tem hoje mecanismos de fiscalização, mas que são fracos”, afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas em Estremoz, no distrito de Évora, numa ação de campanha com os candidatos do partido no âmbito das eleições europeias de 09 de junho.

O líder do CHEGA aproveitou a presença de muito poucas pessoas na rua à hora de almoço para falar de desertificação e salientar que se estão a criar “grandes metrópoles urbanas na Europa, onde praticamente se condensa a população toda, e o resto do país esquecido”.

“Portugal parece que esqueceu o interior do país”, criticou, referindo que uma das funções dos eleitos ao Parlamento Europeu “é chamar a atenção que os fundos de coesão não estão a ser aplicados e não estão a ser bem executados”.

Apontando que “os últimos governos de PS e PSD não executaram uma grande parte dos fundos”, Ventura salientou que “o dinheiro que vai para os países tem de ser efetivamente para os países e não para os governos, tem de ser efetivamente para os governos se comprometerem com os países”.

O presidente do CHEGA considerou também que Portugal é um país “a duas velocidades ou a três”, que “foi priorizando sempre o litoral em detrimento do interior, cada vez mais abandonado”.

E aproveitou também criticar o secretário-geral do PS: “Pedro Nuno Santos gosta muito de usar o lema de Portugal inteiro, devia vir aqui ao interior do país para ver que Portugal interior é um Portugal esquecido, abandonado, e era isso que eu gostava que ele fizesse, em vez de andar só em espetáculos políticos com a doutora Marta Temido.”

Na ocasião, André Ventura acusou também o Governo de “esconder os dados” sobre os crimes cometidos em Portugal e deixou um apelo: “se tem tanta coragem e certeza de que os estrangeiros não estão a cometer mais crimes faça um favor, abra os dados e deixe que as polícias registem a nacionalidade e a etnia dos criminosos”.

“Abra os dados, deixe-nos ver e deixe o país consultar qual é a nacionalidade dos criminosos que estão a atuar em Portugal. É um desafio simples, pela transparência de um Governo que diz que quer a transparência”, desafiou.

Na ocasião, o presidente do CHEGA foi questionado também sobre a reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, hoje e na sexta-feira para preparar a cimeira de julho, com a discussão a ser dominada pelas limitações impostas ao uso de armamento ocidental pela Ucrânia.

“Putin tem de saber que ao agredir outro país sujeita-se a consequências no seu próprio território. […] A Europa não se pode ajoelhar nem aninhar […], se para vencer a Rússia for necessário atacar alvos dentro da Rússia com armas fornecidas pela União Europeia isso é a consequência de quem lançou uma guerra de forma imprevisível”, defendeu.

Sobre as críticas da cabeça de lista do BE, Catarina Martins, que acusou hoje a direita radical de estar “ao serviço” do chefe de Estado russo, Ventura retorquiu que a ex-líder bloquista “tem estado sistematicamente ao lado das forças erradas da história” e “de mãos dadas com os piores regimes do mundo”, como o Irão, Arábia Saudita, Venezuela e Cuba. E salientou que o Chega está ao lado da Ucrânia e condenou a Rússia.

“Eu acho que Catarina Martins neste caso calada era uma poeta”, afirmou.

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA, André Ventura, mostrou-se hoje disponível para negociar com o Governo as anunciadas alterações à lei da nacionalidade, que considerou insuficientes, reclamando que o executivo deu razão ao seu partido.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que a Europa "não deve permitir que o Irão tenha armas nucleares" e defendeu que, "às vezes, a força tem de ser a melhor garantia da paz".
O Governo português anunciou esta segunda-feira o alargamento dos prazos para atribuição da nacionalidade para sete anos de residência legal, no caso de cidadãos lusófonos, e de 10 anos de oriundos de outros países.
O Governo admite recorrer ao programa europeu de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para reforço da defesa, defendendo também aquisições conjuntas na UE, nomeadamente para venda de um avião militar produzido em Portugal.
O Presidente do CHEGA anunciou hoje que vai propor de forma potestativa uma comissão de inquérito parlamentar sobre a ação dos últimos governos PS e PSD/CDS na atribuição de nacionalidade e residência a cidadãos estrangeiros.
O Prior Velho, como tantos outros lugares em Portugal, foi pintado de vermelho “não há um ano ou há mais de um mês”, mas nesta terça-feira. E “onde estava o Governo?”.
Foi preciso um avião cair na Índia para se tomar conhecimento de que existem pessoas com nacionalidade portuguesa, "sem nunca terem pisado solo lusitano".
O Presidente do CHEGA, André Ventura, assegurou hoje que o Governo pode contar com o "pragmatismo e responsabilidade" do seu partido em matérias de Defesa e defendeu uma maior autonomia da União Europeia nesta matéria.
Durante dez dias, o Observador percorreu os concelhos onde o CHEGA obteve os melhores resultados nas legislativas, procurando compreender o que pensam os mais de 1,4 milhões de portugueses que votaram em André Ventura. Foram ouvidos 60 eleitores do partido — o mesmo número de deputados que o CHEGA tem atualmente na Assembleia da República.
O CHEGA é o partido com mais propostas integradas no Programa do Governo agora apresentado, num total de 27 medidas, superando as 25 atribuídas ao PS. O executivo cumpriu a promessa de incorporar contributos de outras forças políticas e, entre as sugestões acolhidas, destacam-se as do partido liderado por André Ventura, agora assumido como novo líder da oposição.