Associação exige à tutela “investimento urgente” nos cuidados paliativos no SNS

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) exigiu hoje um “investimento urgente” nesta área no Serviço Nacional de Saúde, realçando que existem cerca de 100 mil doentes com necessidades paliativas e apenas 30% têm apoios de equipas especializadas.

© D.R.

 

O mesmo acontece em relação aos cuidados paliativos pediátricos, refere em comunicado a associação, alertando que “existem cerca de 8.000 crianças com necessidades paliativas, representando aproximadamente 40% das despesas de internamento hospitalar nos serviços de pediatria de Portugal continental e mais de 85% das mortes em contexto hospitalar”.

A associação foi recebida, na sexta-feira, numa audiência com o Ministério da Saúde, com o objetivo de alertar para o atraso no investimento nos cuidados paliativos no SNS, tendo feito “um conjunto de exigências à tutela e também um levantamento de questões críticas que estão a ocorrer”.

A presidente da associação, Catarina Pazes, adiantou que “a APCP recebe diariamente pedidos de ajuda por parte de doentes e familiares sobre onde e a quem recorrer para uma consulta de cuidados paliativos, uma avaliação ou um acompanhamento efetivo, denotando a falta de resposta existente”.

Catarina Pazes criticou o facto de se manter “uma organização espartilhada, centralizada no contexto hospitalar e não no doente”, ao contrário do que se verifica na maioria dos países europeus com redes de cuidados paliativos bem desenvolvidas.

A associação recorda que o acesso a estes cuidados é um direito garantido desde 2012, mas continua por cumprir na maioria das situações.

“Existem ainda poucas equipas para as necessidades que o país tem, sobretudo a nível comunitário, o que faz com que muitas regiões do país estejam a descoberto, nomeadamente a nível da comunidade”, destaca.

Segundo a associação, das 63 equipas comunitárias previstas pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos (PEDCP), apenas 21 (33%) cumprem “os requisitos mínimos exigidos”.

“Apesar de já existirem equipas intra-hospitalares de suporte em Cuidados Paliativos em todos os hospitais, a maioria continua com insuficiência de recursos humanos, tendo em conta as recomendações do PEDCP”, salienta.

Catarina Pazes assinala que esta área de cuidados de saúde tem sido alvo de “alguma atenção e investimento em Portugal”, mas tem-se revelado “insuficiente para as crescentes necessidades”.

De acordo com a associação, existe “uma carência efetiva” de camas de cuidados paliativos afetas à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, exemplificando que no Baixo Alentejo não há camas e, em Lisboa, há apenas 15 camas de internamento.

Perante este cenário, a APCP exige a dotação das equipas de cuidados paliativos e cuidados paliativos pediátricos (intra-hospitalares e domiciliárias) com os recursos humanos mínimos exigidos pelo plano estratégico, para garantir “uma resposta assistencial em tempo útil e um maior impacto na qualidade de vida de crianças, adultos e suas famílias, assim como na redução da utilização hospitalar”.

“Pelo facto de se centrarem no grupo de doentes com maiores necessidades de cuidados de saúde e com custos mais elevados associados a esses cuidados, os cuidados paliativos devem fazer parte da estratégia nacional para a gestão da saúde da população”, defende a associação.

Últimas do País

A Polícia Judiciária (PJ) já está a disponibilizar o heliporto que fica situado na sua sede, em Lisboa, ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) para transporte de órgãos.
Os hospitais públicos devem garantir que têm profissionais suficientes para poder dar altos aos utilizadores nos três dias em que o Governo concedeu tolerância de ponto, segundo um despacho a que a Lusa teve acesso.
Sete homens, com idades entre os 30 e os 41 anos, foram detidos por tráfico de droga nos concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos (distrito de Santarém), Sintra (Lisboa), Setúbal e Vendas Novas (Évora), revelou hoje a GNR.
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) manifestou hoje preocupação com o alerta dos internistas da ULS do Tâmega e Sousa sobre a sobrecarga assistencial, assegurando que irá acompanhar o processo e intervir para promover soluções.
A Agência Portuguesa do Ambiente chumbou as alterações que o consórcio AVAN Norte queria fazer à linha de alta velocidade, nomeadamente alterar a estação de Gaia e construir duas pontes, segundo uma decisão a que a Lusa teve acesso.
A produção de vinho em Portugal teve uma quebra de 14% na campanha de 2025/2026, para 5,9 milhões de hectolitros, segundo dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
O Hospital de Vila Franca de Xira tem mais de 80 camas contratualizadas para doentes que já tiveram alta clínica, num investimento superior a seis milhões de euros por ano, revelou hoje o presidente do conselho de administração.
Os preços dos bilhetes nos serviços CP vão aumentar, em média, 2,26% em 2026, mas o custo dos passes não vai ter alterações, anunciou hoje a empresa.
O bolo-rei foi a última grande mudança na ceia de Natal tradicional portuguesa. Mais de 100 anos depois de sua introdução, o investigador acredita que este doce poderá começar a perder a centralidade que conquistou.
A GNR e a PSP detiveram nos últimos quatro dias uma média de 76 condutores por dia por excesso de álcool no sangue, no âmbito de operações de fiscalização mais rigorosos em virtude da quadra festiva.